Emmys: Foi uma grande noite para A Guerra dos Tronos
Ao fim de seis anos, a A Guerra dos Tronos finalmente conquistou os Emmys. E conquistar é mesmo a palavra certa. A série da HBO bateu o recorde e foi a que mais estatuetas arrecadou na história dos Emmys.
A caminhar para a sexta temporada, A Guerra dos Tronos foi finalmente a grande premiada na noite dos Emmys, cuja cerimónia aconteceu em Los Angeles na madrugada deste domingo para segunda-feira. E finalmente porque o drama adaptado dos livros de George R.R. Martin soma nomeações todos os anos mas no final são poucos os prémios recebidos. Até esta noite, em que A Guerra dos Tronos venceu nada mais nada menos do que 12 estatuetas, incluindo Melhor Série Dramática, Melhor Realização e Melhor Argumento. Destaque também para Viola Davis, que se tornou na primeira afro-americana a vencer o Emmy de Melhor Actriz numa série dramática.
Nunca uma série havia conquistado tantos prémios numa só gala dos Emmys. Foram 12 em 24 nomeações. O anterior recorde pertencia a Os Homens do Presidente, que em 2000 venceu nove estatuetas. Foi uma surpresa e a confirmação de que A Guerra dos Tronos (a passar em Portugal no SyFy e as primeiras temporadas no TVSéries) não será uma série para se esquecer. A megaprodução de David Benioff e D.B. Weiss contribuiu também para que a HBO fizesse história. No final da noite dos prémios mais importantes da televisão norte-americana, a produtora somou 43 prémios, mais do que qualquer outra.
Na hora de subir ao palco e receber os prémios, David Benioff não esqueceu o homem que está na origem de tudo: George R.R. Martin. A série é uma adaptação da fantasia histórica As Crónicas de Gelo e Fogo, agora mundialmente conhecida como A Guerra dos Tronos. “George Martin, parabéns, e obrigado por nos ter convidado a todos para o seu sonho”, reagiu o produtor.
Além dos Emmys para Melhor Série Dramática, Melhor Realização e Melhor Argumento (com o episódio Misericórdia da Mãe), Peter Dinklage venceu o prémio de Melhor Actor Secundário pelo seu Tyrion Lannister, que é hoje uma das personagens mais adoradas e também um dos grandes motivos de sucesso da série. Personagem que já em 2011 lhe tinha dado o Emmy na mesma categoria. As restantes oito estatuetas foram conquistadas nas categorias técnicas (som, efeitos visuais, etc.).
A Guerra dos Tronos estava nomeada ao lado de Mad Men, Segurança Nacional, House of Cards, Downton Abbey, Orange Is the New Black e Better Call Saul.
Na despedida da televisão, Mad Men estava nomeado nas principais categorias mas acabou por conquistar apenas um prémio. À sétima e última temporada, Jon Hamm venceu finalmente o Emmy de Melhor Actor numa série dramática pelo seu Don Draper. Há oito anos que o actor norte-americano era nomeado nesta categoria mas nunca tinha sido o escolhido, o que lhe valeu uma ovação da sala. “Claramente houve aqui um erro terrível”, brincou o actor ao receber o prémio.
Para Melhor Actriz foi Viola Davis a escolhida, tornando-se na primeira afro-americana a vencer um Emmy na categoria principal de representação numa série dramática. Ao receber a estatueta, a actriz de Como Defender um Assassino (AXN) citou Harriet Tubman, uma escrava negra que se tornou uma das figuras centrais do movimento abolicionista norte-americano, para afirmar que ainda existe desigualdade em Hollywood. “A única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é a oportunidade. Não podes vencer um Emmy por papéis que simplesmente não existem”, disse Viola Davis, agradecendo aos argumentistas e aos produtores da série, como Shonda Rhimes, por “redefinirem o que significa ser bonita, ser sexy, ser uma líder, ser negra”.
Uzo Aduba de Orange Is The New Black (Netflix) foi distinguida na categoria de Melhor Actriz Secundária e Regina King venceu na categoria de Melhor Actriz Secundária numa mini-série ou telefilme com American Crime, série que perdeu para Olive Kitteridge nas restantes categorias para que estava nomeada.
A seguir à Guerra dos Tronos, foi a mini-série também da HBO baseada no romance homónimo de Elizabeth Strout, que conquistou mais estatuetas. Olive Kitteridge venceu oito Emmys (Melhor Mini-série, Melhor Actor e Actriz e Melhor Actor Secundário, Realização e Argumento e mais dois prémios técnicos).
Na Comédia, foi Veep (TVSéries), outra produção da HBO, a série vencedora, deixando para trás a habitual premiada Uma Família Muito Moderna. Julia-Louis Dreyfus, a protagonista, somou mais um Emmy e recebeu a sua sexta estatueta de Melhor Actriz, e Tony Hale recebeu o Emmy de Melhor Actor Secundário. Além de Melhor Série de Comédia, Veep foi premiada ainda na categoria de Melhor Argumento.
Jeffrey Tambor, o pai transgénero de Transparent, recebeu o Emmy de Melhor Actor. A série da Amazon foi ainda distinguida com o prémio de realização. O Emmy de melhor actriz secundária foi para Allison Janney pelo seu papel em Mom, onde representa uma alcoólica em recuperação.
Jon Stewart despediu-se do Daily Show em Agosto mas neste domingo voltou para receber os três prémios que o programa recebeu (Melhor Programa de Variedades/Talk-Show, Melhor Realização e Argumento). “Há seis, sete semanas, o que seja, que estou fora a televisão. Este é o primeiro aplauso que oiço”, começou por dizer Stewart.
Pela primeira vez este ano, a organização dos prémios decidiu dividir os prémios na categoria de Programas de Variedades, fazendo a separação entre talk-shows e sketch. Amy Schumer, nome de destaque da comédia norte-americana, acabou por levar para casa o Emmy de melhor série nesta nova categoria.
A lista completa dos vencedores pode ser consultada aqui.