Centro das Artes da Madeira apresenta colecção Berardo de Arte Déco

Fotogaleria
DR
Algumas peças de mobiliário presentes na exposição
Fotogaleria
Algumas peças de mobiliário presentes na exposição DR

Embora pretendida pelo Brasil, para antecipar o congresso sobre Art Déco que se realiza no próximo ano no Rio de Janeiro, a colecção de José Berardo permanecerá, no entanto, na Madeira até Março de 2011, em solidariedade com a região onde o turismo regista um acentuado decréscimo de procura. “É meu dever ajudar a minha terra num momento de dificuldade, disponibilizando um espólio de artes decorativas que pelas suas características estéticas atrai grande público, incluindo o turismo de interesse cultural”, revelou o coleccionador ao PÚBLICO.

“O portentoso Centro das Artes, que harmoniosamente coabita entre a montanha, o mar e o céu, será assim palco de uma exposição inédita”, acentua Berardo. Para além do seu aspecto puramente estético e de poder constituir um importante veículo promocional da Madeira, a mostra constitui também, na opinião de Ricardo Veloza, “um espaço de estudo, investigação e interpretação, não só desse tempo, mas também do que foi concebido pelos criadores de uma época de marcada singularidade”. Também o vice do governo regional, João Cunha Silva, que preside hoje à inauguração oficial, está confiante que a exposição irá “marcar profundamente a vida do Centro das Artes, não só pela componente artística mas também pela didactico-pedagógica”.

Composta, predominantemente, por peças de parisienses dos anos 20 e 30, a Colecção Berardo de Art Déco é um dos maiores acervos do século XX existentes na Europa, estando nela representados grandes criadores como Leleu, Adnet, Lalique, Brandt, Persel, Porteneuve e Ruhlmann, a que juntam estrangeiros importantes como Alvar Aalto ou Gio Ponti. Dele fazem parte móveis, cerâmicas, vidros, frescos, esculturas, têxteis e desenhos, incluindo os desenhos originais dos álbuns Guarany, de Augusto Herborth, e do projecto arquitectónico da Casa de Serralves, do arquitecto portuense Marques da Silva.

Após o sucesso alcançado na Fundação de Serralves, no Porto, no Sintra Museu de Arte Moderna e no Centro Cultural de Belém, e em diversas instituições museológicas de âmbito internacional onde esteve parcialmente exposta, a colecção de Art Déco apresenta-se agora na sua plenitude no moderno Centro das Artes da Calheta, com as recentes aquisições nunca expostas. Estão também patentes peças cedidas pelo Musée dés Années 30 de Boulogne-Billancourt, e dois automóveis da época, um Rolls Royce e um Amilcar, pertencentes ao escultor Ricardo Veloza, director da Casa das Mudas.

Sugerir correcção
Comentar