A cerimónia de entrega do prémio Nobel da Literatura realiza-se em Estocolmo, a capital sueca, a 10 de Dezembro. Muito se especulava sobre a presença do músico norte-americano que, sabe-se agora, não irá acontecer.

“Ele gostaria de receber o prémio pessoalmente, mas tem outros compromissos, que o tornam impossível. E sublinha que se sente extremamente honrado por este prémio Nobel”, diz a Academia, em comunicado, citado pela AFP.

Depois de anunciada a decisão de entregar o prémio ao cantor e compositor norte-americano "por ter criado novas formas de expressão poética no quadro da grande tradição da música americana", a Academia tentou ao longo do mês de Outubro, sem sucesso e durante vários dias, contactar Bob Dylan. Até que o vencedor do Nobel da Literatura quebrou o silêncio (e a especulação acerca da possibilidade de, como Jean-Paul Sartre em 1964, recusar o prémio) e veio dizer ao The Telegraph que se deslocaria à Suécia "se fosse possível”, informando finalmente aceitar uma distinção que o deixou “sem palavras”.

Agora, e depois de desfeita a dúvida sobre a sua presença na cerimónia oficial de entrega do Nobel da Literatura, a Academia refere que “respeita a decisão de Bob Dylan”, explicando que, apesar de não ser comum, não é a primeira vez que acontece uma situação deste tipo: “Um vencedor do prémio Nobel não poder viajar a Estocolmo para receber a distinção é incomum, mas não é excepcional."

Em concreto, a instituição lembra os casos da escritora Doris Lessing e do poeta e dramaturgo Harold Pinter, que foram distinguidos em 2007 e 2005, respectivamente, e que não se deslocaram à cerimónia dado o frágil estado de saúde, associado à idade avançada, que apresentavam na altura. Também a austríaca Elfriede Jelinek foi agraciada com o Nobel da Literatura em 2004 mas não compareceu à entrega do mesmo por sofrer de agorafobia.