Uma sala na Tate Modern
A série Artist Room é neste momento dedicada a Cabrita Reis
No dia 15 de Novembro Pedro Cabrita Reis inaugurou em privado uma sala no museu britânico Tate Modern dedicada à sua obra. São três trabalhos que foram adquiridos com o apoio da EDP e do artista, que doou uma das peças à instituição. No breve e inspirado discurso de apresentação, Cabrita Reis contextualizou o apoio da EDP como uma actualização do modelo de mecenato artístico protagonizado no passado pela Igreja ou pelas famílias nobres europeias. O modelo expositivo onde se mostram as peças pertence a uma série chamada Artist Room, onde uma sala é ocupada pelo trabalho de um artista - entre 2010 e 2011 foi a vez de outro português, Julião Sarmento. Os três trabalhos, The Moscow Piece (2006), The Unnamed Word #1 (2005) e Limbo (1990 refabricada em 2009), vão estar patentes durante um ano, integrados numa das várias mostras que exibem peças-chave da coleção da Tate Modern. Intitulada Estrutura e Claridade (Structure and Clarity, no original), o conjunto onde se insere a sala dedicada a Cabrita Reis, a número 12, inclui trabalhos de László Moholy-Nagy, Mondrian, Constantin Brancusi, Henri Matisse, Sergio de Camargo, Hélio Oiticica, Charlotte Posenenske, Gerhard Richter, Donald Judd, Cory Arcangel ou Rasheed Araeen entre outros, abrangendo a produção artística de todo o século XX e início do século XXI. O conjunto de trabalhos de Cabrita Reis é antecedido pela sala 11, onde se apresentam telas e esculturas que ilustram o cubismo de início do século XX: Natalya Goncharova, Georges Braque, Pablo Picasso e Robert Delaunay.
Esta mostra, que se equipara a uma individual do artista num dos mais importantes museus do mundo, atesta o seu reconhecimento no circuito internacional. É uma etapa importante numa carreira ascendente que já soma três representações nacionais na Bienal de Veneza e duas na Bienal de São Paulo, bem como exposições em museus internacionais. João Laia