Morreu o ex-primeiro-ministro de Moçambique Pascoal Mocumbi

Tinha 82 anos e há muito que estava debilitado por questões de saúde. Médico de formação, foi ministro da Saúde e dos Negócios Estrangeiros na década de 1980.

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Pascoal Mocumbi em 2003 com o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan UN Photo/Evan Schneider

O antigo primeiro-ministro de Moçambique Pascoal Mocumbi morreu este sábado aos 82 anos, noticiou a imprensa moçambicana. O Governo decretou dois dias de luto nacional para homenagear aquele a quem o ex-Presidente Armando Guebuza, reagindo à morte em declarações ao diário O País, considerou um “patriota dedicado”.

Membro fundador da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido que domina a política do país desde a independência, Pascoal Mocumbi vivia há largo tempo acamado devido a doença.

Médico de formação, tendo estudado em Portugal e em França, foi ministro da Saúde de 1980 a 1987, quando passou a dirigir a pasta dos Negócios Estrangeiros que liderou até ser nomeado primeiro-ministro, em 1994, cargo que desempenharia durante uma década, até apresentar a sua demissão em 2004.

Em 2003, chegou a estar entre os cinco finalistas para o cargo de director-geral da Organização Mundial de Saúde, mas a escolha acabou por recair no sul-coreano Lee Jong-wook. Acabaria por ser nomeado alto-comissário para a Parceria sobre Ensaios Clínicos entre países europeus e países em vias de desenvolvimento da mesma organização.

O ex-Presidente Joaquim Chissano, para quem ele e Mocumbi eram “quase irmãos”, lembrou, também ao jornal O País, que a morte acabou por impedir o desejo antigo que ambos tinham de escreverem as memórias em conjunto: “Ainda queria conversar com ele para escrevermos as memórias, porque me parece que ele tinha a intenção de também escrever e disseram-me na família que ele tinha começado.”

O Governo moçambicano anunciou a realização de um funeral oficial para Pascoal Mocumbi e decretou dois dias de luto nacional a partir da meia-noite do dia do seu funeral.

“Durante o período de luto nacional, a bandeira nacional e o pavilhão presidencial serão içados a meia haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique”, anunciou o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suazi.

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