Governo ainda não discutiu recondução de Centeno no BdP, diz Miranda Sarmento
A discussão sobre a recondução de Mário Centeno como governador do BdP ainda não foi tida e é “extemporânea”, já que o primeiro mandato só termina em Julho, justifica o ministro das Finanças.
A recondução de Mário Centeno para um segundo mandato como governador do Banco de Portugal (BdP) é um tema que ainda não foi discutido dentro do Governo, diz o ministro das Finanças. Joaquim Miranda Sarmento considera que é cedo para debater este assunto e assegura que será tomada uma decisão numa data mais próxima do final do mandato do actual governador.
O ministro das Finanças falava, nesta quinta-feira, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, onde foi aprovado um pacote com medidas de simplificação fiscal. Questionado sobre a continuidade de Mário Centeno à frente do cargo, Miranda Sarmento rejeitou que haja, para já, qualquer decisão.
"O tema nunca foi comentado em Conselho de Ministros, nunca foi objecto de qualquer conversa minha com o senhor primeiro-ministro, e tomaremos uma decisão quando o mandato estiver a aproximar-se do final. Ainda faltam seis meses, por isso, é extemporânea qualquer questão que possa haver sobre essa matéria", afirmou o ministro.
As questões foram levantadas depois de, esta quinta-feira, a SIC ter noticiado, sem citar qualquer fonte, que o Governo já teria decidido que não iria reconduzir Mário Centeno para um novo mandato como governador do BdP. Questionado durante a conferência de imprensa sobre se contradizia esta informação e se, por outro lado, admitia que Centeno será, afinal, nomeado para um segundo mandato, Miranda Sarmento limitou-se a repetir a resposta que já tinha dado.
Mário Centeno assumiu o cargo de governador do BdP em Julho de 2020, num mandato de cinco anos que agora se aproxima do fim. Recentemente, em entrevista à RTP, o também ex-ministro das Finanças voltou a admitir que pretende ser reconduzido para um segundo mandato. "O meu foco é completar o meu mandato, agora há um segundo mandato. Nunca desempenhei as minhas funções para passar com 10 (...). Estou a desempenhar as minhas funções com esse objectivo porque é sempre assim que desempenho as minhas funções", disse sobre a expectativa de cumprir um segundo mandato, na entrevista transmitida esta quarta-feira.
Esta é, aliás, uma pretensão que já tinha partilhado no ano passado. "Estou a desempenhar o cargo para chegar a Julho do ano que vem em condições de ter um segundo mandato. Se esse segundo mandato vem ou não vem, é um tema da esfera política", disse então, no podcast Bloco Central, do Expresso.