O monólogo de Luiz Pacheco, entre lolitas e magalas
No Teatro São Luiz, em Lisboa, André Louro encarna O Libertino, de Luiz Pacheco, dirigido por António Olaio. Criado em 1998, o espectáculo continua a mostrar a obra de um autor subversivo.
“Um dia de maluqueira”, chamou Luiz Pacheco a O Libertino Passeia por Braga, a Idólátrica, o seu Esplendor. O relato de um dia em que o escritor começa por acordar em Vieira do Minho, depois de ser visitado e notificado pela Morte de que chegou a sua hora, seguindo depois para Braga onde fica “varado” com Deolinda, uma moçoila de 14 anos que “é a Lolita tal-e-qual do Nabokov” e que lhe aparece na carrinha da Gulbenkian por ele levada pelo país a distribuir livros entre o povo, queixa-se do estado da política em Braga, enamora-se de mais umas miúdas que passam, sonha com engates, cruza-se com um monárquico desiludido, tenta comprar sexo oral de um magala a troco de tabaco e acaba por se fechar na Pensão Oliveira com “vontade de ter pecado, de pecar”. “Como assim”, corrige-se. “De viver.”
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