TikTok prepara-se para fechar a aplicação nos EUA a partir de domingo
Empresa estima perder um terço dos 170 milhões de utilizadores norte-americanos se a proibição durar um mês. Medida contrasta com lei que prevê bloquear apenas novas transferências da aplicação.
O TikTok planeia fechar a plataforma para utilizadores dos Estados Unidos já a partir de domingo, 19 de Janeiro, data em que uma proibição federal à rede social pode entrar em vigor — a menos que o Supremo Tribunal decida bloqueá-la, disseram à Reuters fontes próximas do assunto. O resultado do encerramento seria diferente do que está previsto na lei, que impõe a repressão de novas transferências do TikTok nas lojas de aplicações da Apple ou da Google e permite que os utilizadores actuais possam continuar a usufruir da aplicação durante algum tempo.
De acordo com o plano do TikTok, as pessoas que tentarem abrir a aplicação verão uma mensagem pop-up que as encaminhará para uma página com informações sobre a proibição, descreveram as fontes da Reuters, solicitando o anonimato, uma vez que a situação não é pública. A empresa também prevê dar aos utilizadores a opção de descarregar todos os dados para que possam ter um registo das suas informações pessoais, adiantaram.
O encerramento deste tipo de serviços não exige um planeamento muito longo, revelou uma das fontes, notando que a maioria das operações tem continuado normalmente esta semana. Assegurou ainda que, se a proibição for revertida mais tarde, o TikTok poderá restabelecer as funcionalidades para os utilizadores dos EUA num prazo relativamente curto.
O TikTok e a empresa-mãe chinesa, a ByteDance, não responderam aos pedidos de comentário da Reuters. A publicação tecnológica norte-americana The Information foi a primeira a dar a notícia.
A ByteDance, uma empresa privada, é detida em cerca de 60% por investidores institucionais, como a Blackrock e a General Atlantic, enquanto os fundadores e empregados detêm 20% cada. Tem mais de 7000 funcionários nos Estados Unidos.
Em Abril de 2024, o Presidente Joe Biden assinou uma lei que exige à ByteDance que venda os seus activos nos EUA até 19 de Janeiro de 2025, sob pena de ser banida a nível nacional. Na semana passada, o Supremo Tribunal dos EUA parecia inclinado para manter a lei, apesar dos apelos do Presidente eleito, Donald Trump, e dos legisladores para o alargamento do prazo.
Trump, cuja tomada de posse está marcada já para 20 de Janeiro, um dia depois da entrada em vigor da lei, disse que deveria ter tempo, após a chegada à Casa Branca, para procurar uma "resolução política" para esta questão. O TikTok e a ByteDance pediram, no mínimo, um adiamento da aplicação da lei, que, a seu ver, viola a protecção da Primeira Emenda da Constituição dos EUA contra a restrição governamental da liberdade de expressão.
O TikTok ressalvou, num processo judicial no mês passado, que estimava que um terço dos 170 milhões de norte-americanos que usam a aplicação deixaria de aceder à plataforma se a proibição durasse um mês.