Na nova era de Trump, Meta planeia despedir 5% do seu pessoal considerado “pouco eficiente”
“Decidi elevar fasquia (...) e livrar-me (...) dos funcionários com fraco desempenho”, declara CEO. Decisão faz parte de série de anúncios com objectivo de transformar a empresa na era de Trump.
A Meta planeia despedir cerca de 3.600 empregados considerados "pouco eficientes", antes de contratar funcionários para ocupar os seus lugares a partir deste ano, de acordo com um memorando interno enviado na terça-feira aos seus trabalhadores. A empresa-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp confirmou à AFP que o patrão, Mark Zuckerberg, decidiu despedir 5% do pessoal.
A Meta empregava cerca de 72.400 pessoas em Setembro. "Decidi elevar a fasquia da gestão do desempenho e livrar-me mais rapidamente dos funcionários com fraco desempenho", afirma o CEO na nota. A tecnológica já tinha despedido vários milhares de trabalhadores em 2023, decretado o "ano da eficiência" na sequência da pandemia.
O despedimento de uma parte dos trabalhadores com base no desempenho é uma prática comum nas grandes empresas americanas. Uma decisão semelhante foi anunciada pela Microsoft na semana passada, segundo o Business Insider, afectando menos de 1% dos empregados do grupo.
A decisão da Meta, no entanto, faz parte de uma série de anúncios com o objectivo de transformar a gigante das redes sociais na era de Donald Trump e Elon Musk. Na semana passada, Mark Zuckerberg pôs fim ao seu programa de verificação de factos nos Estados Unidos, destinado a combater a desinformação nas suas plataformas e visto como "censura" contra os conservadores pela direita americana. Em vez de organizações independentes, os utilizadores poderão acrescentar contexto a certas publicações, como acontece na rede social X de Musk.
O líder também pôs fim aos programas destinados a promover a diversidade dos funcionários e as regras de moderação de conteúdos no Facebook e no Instagram foram flexibilizadas. A partir de agora serão permitidos mais insultos e apelos à exclusão de mulheres e pessoas LGBTQIA+ das instituições.
Ambas as decisões estão também alinhadas com as visões políticas do presidente eleito Donald Trump e do seu aliado Elon Musk. "Penso que grande parte da nossa sociedade se tornou (...) castrada, de certa forma, ou emasculada", disse Mark Zuckerberg a Joe Rogan, apresentador de um popular podcast conservador, numa entrevista alargada transmitida na sexta-feira.
Tal como muitos dos seus vizinhos e concorrentes de Silicon Valley, Zuckerberg tem feito repetidos avanços em direcção à figura de Trump. Jantou com ele em Novembro, doou um milhão de dólares para a sua cerimónia de tomada de posse, agendada para 20 de Janeiro, e nomeou vários dos seus aliados para cargos importantes.
Do lado inverso, o empresário Dana White, presidente da liga desportiva de artes marciais UFC e apoiante do presidente eleito, faz agora parte do conselho da Meta. A nomeação foi anunciada por Zuckerberg no Facebook, onde acrescentou que Charlie Songhurst, um investidor em tecnologia que tem aconselhado a empresa sobre inteligência artificial, e John Elkann, CEO da Exor, uma holding que possui várias marcas automóveis e outras empresas, também farão parte do conselho de directores.