O novo Presidente de Moçambique e a falta de dinheiro de Angola
No regresso de Na Terra dos Cacos também conversamos com o ex-ministro santomense Osvaldo Viegas d’Abreu sobre a crise política em São Tomé e Príncipe e a demissão do Governo de Patrice Trovoada.
Na segunda-feira tomou posse o Parlamento moçambicano com boicote da Renamo, do MDM e de quatro deputados do Podemos, o agora maior partido da oposição, e esta quarta-feira tomou posse o sucessor de Filipe Nyusi na presidência da República, Daniel Chapo. Dois actos que, teoricamente, deveriam pôr fim à situação de instabilidade no país, mas não é assim.
Venâncio Mondlane, o principal candidato presidencial da oposição não se dá por vencido na busca pela sua “verdade eleitoral”. Assumiu-se como o Presidente realmente eleito pelo povo, recusa reconhecer Chapo como chefe de Estado e convocou três dias de protestos que culminaram esta quarta-feira.
A seguir, falamos de Angola. O Governo de João Lourenço assumiu com os sindicatos, em Maio do ano passado, o compromisso de aumentar este ano os funcionários públicos em 25%. Chegou Janeiro e o executivo não cumpriu, alegando atraso nos trâmites no Parlamento e prometendo pagar em Março com retroactivos a Janeiro.
Uma desculpa que esconde as cada vez maiores dificuldades de tesouraria do Governo angolano. Segundo um estudo da organização não-governamental Debt Justice, citado pela Lusa, Angola é o país do mundo que vai usar este ano a maior percentagem da sua receita fiscal para pagar os serviços da dívida. Em 2025, serão 66,4% para pagar juros, um aumento face aos 64,7% do ano passado.
Na segunda parte, no nosso espaço de entrevista, vamos falar com o antigo ministro das Obras Públicas, Infra-Estruturas, Recursos Naturais e Ambiente de São Tomé e Príncipe, Osvaldo Viegas d’Abreu, sobre a actual crise política no seu país, que levou o Presidente Carlos Vila Nova a demitir o Governo, a não aceitar os nomes propostos pelo partido do agora ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada e a escolher para chefiar o novo Governo o governador do Banco Central e ex-ministro das Finanças, Américo Ramos.
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