Madeira: turistas que saírem dos trilhos e precisarem de resgate vão ter que o pagar

A Madeira passou a cobrar aos turistas os custos do resgate com recurso a helicóptero em percursos pedestres não classificados ou que se encontrem encerrados.

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Custo do resgate com helicóptero em trilhos não autorizados passa a ser pago pelo turista Gregorio Cunha
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O Governo Regional da Madeira passou a “cobrar os custos inerentes a missões de salvamento e resgate” com recurso a helicóptero aos “turistas que se aventurem em percursos pedestres não classificados pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza”, assim como em trilhos “que se encontrem temporária ou permanentemente encerrados”.

De acordo com a portaria publicada a 9 de Janeiro, divulgada esta terça-feira, “caso seja activado o meio aéreo para uma missão de resgate de turistas” naquelas situações, o Serviço Regional de Protecção Civil passa a cobrar todos os custos tabelados: diária do meio aéreo (753,25 €); activação do recuperador salvador (105€, podendo ir até 210€, com a activação de dois mecanismos nas situações de resgate mais complexas); e valor inerente ao tempo de voo (7,50€ por minuto).

Estas missões de resgate vão continuar a ser “sempre asseguradas quando necessário”, acrescenta o governo regional da Madeira em comunicado. “Para evitar custos inesperados e para garantir uma experiência segura”, sublinham as autoridades, é recomendado “o acesso exclusivo aos percursos devidamente classificados pelo IFCN”.

A medida “tem por objectivo desincentivar a realização de percursos não recomendados que não oferecem as condições mínimas de segurança e que apresentam maior probabilidade de ocorrência de acidentes/incidentes”, acrescenta a nota de imprensa. Do pagamento destas taxas ficam “isentos” todos “os residentes na Região Autónoma da Madeira”.

A título de exemplo, o comunicado refere o caso de uma cidadã estrangeira que, em 2023, decidiu fazer o trilho popular entre os picos do Areeiro e Ruivo apesar de estar temporariamente encerrado devido a condições meteorológicas adversas, e acabou por ter que ser resgatada com recurso a helicóptero. A missão de salvamento envolveu uma equipa composta por um piloto, um co-piloto, um operador de guincho e um recuperador salvador, com uma duração de voo de 50 minutos, tendo custado um total de 1.233,25 euros.

Desde 2023, pelo menos, que a implementação da medida vinha a ser anunciada pelas autoridades, devido ao aumento da popularidade das caminhadas pela serra na ilha da Madeira e, consequentemente, das necessidades de resgate (e custos para as entidades).

No final de Outubro do ano passado, o Governo da Madeira começou igualmente a cobrar uma taxa de três euros aos não residentes em sete percursos pedestres classificados – medida que passou a abranger a totalidade dos trilhos recomendados pelo IFCN a partir deste mês.

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