Portugal fez um bom “treino” na estreia no Mundial de andebol

A selecção nacional venceu os EUA, por 30-21, num jogo que serviu para testar um pouco de tudo, colectiva e individualmente.

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Luís Frade em acção na Noruega Susana Vera / REUTERS
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Na perspectiva da selecção portuguesa, o primeiro jogo no Mundial de andebol não poderia ter um desfecho diferente de uma vitória – e um triunfo magro e suado também não seria elogiável. Nesta quarta-feira, Portugal fez, portanto, o que tinha de fazer. Em Bærum, na Noruega, bateu os Estados Unidos por 30-21, numa tarde em que o adversário confirmou as fragilidades que já se esperava que tivesse. No plano colectivo e individual, com contribuição de fragilidades físicas e técnicas, os americanos não tinham como parar a selecção portuguesa – foram pouco talentosos no ataque e impotentes na defesa.

Para Portugal, este jogo foi um bom “treino”. Primeiro, porque foi um treino competitivo, melhor do que qualquer sessão orientada por Paulo Jorge Pereira com um pavilhão à porta fechada. Segundo, porque deu para testar um pouco de tudo.

Deu para apostar numa defesa bem longe dos seis metros em vários momentos, deu para testar ataques com dois pivôs em simultâneo e para algumas fases de dois contra um, sobretudo contra Fofana, o jogador mais ofensivo e ofensivamente agressivo dos Estados Unidos.

Defensivamente, Portugal também pôde enfrentar alguns minutos de sete contra seis – e por vezes contra dois pivôs –, algo que é sempre útil trabalhar.

Também foi possível desenhar algumas soluções para a ausência do central Miguel Martins, suspenso por doping nesta quarta-feira. A habitual gestão física de Rui Silva sugere que o seleccionador encontre soluções e os irmãos Francisco e Martim Costa foram passando pela posição, rodando com o experiente Rui Silva.

Por fim, o jogo serviu ainda para lançar alguns jogadores menos renomados, como João Gomes, Ricardo Brandão e Miguel Oliveira, que actuaram no último terço do jogo.

A nível descritivo há pouco para contar desta partida. O resultado foi sendo construído com relativa facilidade e a baixa eficácia de remate dos Estados Unidos ajudou Portugal a jogar tranquilamente, bem como alguns erros técnicos a darem muitos contra-ataques fáceis aos portugueses.

É certo que Portugal acabou por adormecer um pouco com a partida, em virtude do baixo nível do adversário, mas a vitória nunca esteve em causa, apesar de os cinco golos de diferença ao intervalo parecerem “simpáticos” para os americanos.

Além desse adormecimento, nota para alguma incapacidade portuguesa para activar os pontas, embora isso possa explicar-se pela facilidade para conseguir golos na zona central, ora dos nove metros, ora activando pivôs nos seis metros. Pedro Portela e António Areia conseguiram, ainda assim, engordar a conta pessoal de finalização (sete e quatro golos, respectivamente). Martim Costa foi considerado o melhor em campo.

O resultado poderia ter sido mais dilatado se Portugal tivesse mantido o ritmo durante 60 minutos? Sim. Mas num jogo destas características seria difícil pedir isso a quem quer que fosse.

Portugal volta a entrar em campo na sexta-feira (17h, RTP2), frente ao Brasil. Paulo Jorge Pereira já disse que esse é o jogo mais importante da selecção nesta primeira fase e a premissa tem nexo: os Estados Unidos eram uma vitória óbvia e a Noruega traz uma potencial derrota, pelo que a passagem à fase seguinte (e os pontos que leva para essa fase) dependem de um resultado positivo frente ao adversário de categoria mais semelhante à portuguesa.

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