Portugal tem dois caminhos na estreia no Mundial de andebol: ganhar ou vencer
A partir das 17h, na RTP2, a selecção nacional de andebol defronta os EUA no Mundial e tudo o que não for um triunfo é hipotecar o futuro na competição – logo no primeiro dia.
A frase em título pode ser algo redutora. Em rigor, na estreia no Mundial de andebol, Portugal tem um terceiro caminho além de ganhar ou vencer: triunfar também servirá.
Nesta quarta-feira, pelas 17h (RTP2), a selecção nacional de andebol defronta os Estados Unidos na estreia no Mundial 2025 e tudo o que não for um triunfo é hipotecar o futuro na competição – logo no primeiro dia.
Estados Unidos, Brasil e Noruega. É esta a ordem dos jogos de Portugal no Mundial de andebol. É um bom calendário? Em teoria, sim – porque permite começar bem, encaminhar a seguir e acabar sem pressão. Na prática, pode ser bom ou não – porque coloca um fatalismo no primeiro jogo que não haveria caso o arranque fosse, por exemplo, com os noruegueses.
Não jogar tudo com a Noruega
Apesar de a primeira fase ter três jogos, Portugal sabe que, depois dos norte-americanos, terá dois desafios trabalhosos ainda em solo norueguês (o Mundial passa também por Dinamarca e Croácia). Primeiro, frente ao Brasil, uma equipa de nível semelhante, partida que o seleccionador nacional, Paulo Jorge Pereira, já definiu como o jogo-chave desta primeira fase. Depois, contra a Noruega, um adversário de poderio superior e que o seleccionador já apontou como “talvez um top 6 do mundo e a jogar em casa”.
“Trocado por miúdos”, isto equivale a dizer que é quase obrigatório começar o Mundial com um triunfo, por dois motivos. Primeiro, porque matematicamente é importante somar pontos que protejam a selecção de um perigoso “tudo ou nada” com brasileiros e noruegueses – até porque ir a uma “negra” com os nórdicos significaria ter de os vencer na própria casa. Segundo, porque não vencer uma equipa claramente inferior como os Estados Unidos será um abalo de confiança tremendo numa equipa que se candidata ao top 8 neste Mundial.
No plano prático e/ou motivacional, este jogo pode ser o início de uma grande caminhada ou algo parecido com o fim pouco depois de ter começado.
Equipa frágil
Os norte-americanos nunca fizeram melhor do que um 16.º lugar no Mundial – e foi há mais de 30 anos. A equipa é orientada por Robert Hedin, técnico que já foi seleccionador da Noruega, mas que tem, em 2025, talento bem diferente à disposição. E só está neste Mundial por via de um wildcard feito pela organização e o team manager da selecção não escondeu as fragilidades de uma equipa que quer, sobretudo, preparar os Jogos Olímpicos 2028.
“Não temos nada a perder. Os rapazes estão aqui porque querem estar e essa é a nossa força. Não temos jogadores de topo como as outras selecções, mas espero que tenhamos uma equipa”, começou por dizer, citado pela Lusa. E foi mais longe: “Temos uma fase preliminar muito complicada (...) é difícil chegar à próxima fase”.
Sem qualquer tradição no andebol, a selecção dos Estados Unidos é composta por jogadores naturalizados e Paulo Jorge Pereira já assumiu que tem muito pouca informação sobre esta equipa – o que faz emergir um lado de surpresa e risco, mas que, por outro lado, atesta o quão frágil e pouco renomado é este primeiro adversário no Mundial.