Câmara do Porto paga o dobro para construir elevador entre Palácio de Cristal e Restauração
Primeiro concurso foi lançado em Julho de 2021, com valor base de 1,19 milhões de euros. Ficou deserto. Mais de três anos depois, autarquia lança novo procedimento de 2,29 milhões de euros.
A Câmara Municipal do Porto (CMP) deu início a um novo concurso para construir o elevador que vai ligar os jardins do Palácio de Cristal à Rua da Restauração. O primeiro procedimento tinha sido lançado em Julho de 2021, por 1,19 milhões de euros, com um prazo de execução de um ano.
No entanto, acabaria por ficar vazio. Mais de três anos depois, a CMP anunciou o lançamento de novo concurso público, desta vez com um valor base que quase duplica o proposto pela autarquia em 2021. Agora, são 2,29 milhões de euros para o mesmo prazo de execução. Questionado pelo PÚBLICO sobre o que justifica o intervalo entre o primeiro e o segundo concurso, o município ainda não respondeu.
De acordo com uma nota que a autarquia enviou às redacções, nesta terça-feira, a empresa municipal de gestão de obras públicas, GO Porto, receberá propostas até 22 de Fevereiro. Caso seja cumprido o novo calendário, a CMP conta que a ligação entre os dois pontos na União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos esteja a funcionar em 2026.
Com a construção do elevador entre os Jardins do Palácio de Cristal e a Rua da Restauração, o município quer “melhorar o acesso da população e dos visitantes a espaços de grande relevância, com impacto positivo na qualidade de vida, no desenvolvimento económico e no turismo”.
Esta intervenção faz parte de uma proposta conjunta apresentada em 2017, pelos gabinetes portuenses depA e Pablo Pita (Pablo Rebelo e Pedro Pita), que implicava a construção de várias ligações mecanizadas para vencer as diferentes cotas na encosta da cidade que está virada para o Rio Douro.
A primeira estrutura - um conjunto de escadas rolantes que ligam a zona de Miragaia, perto do edifício da Alfândega, à Rua do Monte dos Judeus – começou a funcionar em 2020. Depois da inauguração, vários moradores da zona contavam ao PÚBLICO que essas escadas rolantes serviam principalmente um propósito turístico e que havia registo de avarias frequentes. Antes, também o primeiro concurso para esta obra tinha ficado deserto, obrigando a autarquia a subir o preço base.
Outro dos projectos propostos pelos arquitectos era uma ligação na zona das Virtudes, entre a fonte e o miradouro, que seria chumbada pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), referia a agência Lusa, em 2021.