Receitas com hóspedes até Novembro superaram as de 2023 inteiro
Os proveitos totais dos alojamentos turísticos, sem incluir os AL com menos de dez camas, chegaram aos 6355 milhões de euros, quando no ano completo de 2023 foram de 6015 milhões.
O sector do turismo prepara-se para apresentar novos recordes anuais de turistas e de receitas, à medida que se vão conhecendo os números oficiais. No segmento do alojamento turístico, os proveitos totais até Novembro do ano passado foram de 6355 milhões de euros, superando os 6015 milhões das receitas de todo o ano anterior.
Esta realidade é visível em todas as regiões turísticas, com o maior montante a ser encaixado pela Grande Lisboa, com 1907 milhões de euros, conforme demonstram nesta terça-feira os dados da actividade turística do Instituto Nacional de Estatística (que não contabiliza as unidades de alojamento local com menos de dez camas).
Segue-se o Algarve, com 1662 milhões, e o Norte, com 1002 milhões. Juntas, estas três regiões representam 72% do total dos proveitos destes 11 meses.
O mês de Novembro, cujos valores foram agora conhecidos, deu um contributo positivo para este crescimento ao subir 16,7% em termos homólogos, chegando aos 385,9 milhões de euros. Destes, 285,3 milhões correspondem a receitas de aposento.
De acordo com o INE, a liderança nas dormidas de turistas coube ao município de Lisboa, com 23,5% do total, chegando aos 1,2 milhões (mais 3,6% face a Novembro de 2023).
“Este município concentrou 29,2% do total de dormidas de não residentes em Novembro”, sublinha-se. Seguiu-se o Funchal, com 486,6 mil dormidas (mais 3,6%), e o Porto, com 446,9 mil dormidas (mais 16,3%).
Do total de cinco milhões de dormidas (mais 9,8% em termos homólogos) registadas em Novembro, diz o INE, “59,6% concentraram-se nos dez municípios com maior número de dormidas”. O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) mais elevado nesse mês foi atingido na Grande Lisboa, com 95,1 euros, seguindo-se a Madeira, com 72 euros.
Ao todo, o sector do alojamento turístico contou com 2,2 milhões de hóspedes (mais 14% face ao mesmo mês de 2023) e cinco milhões de dormidas (mais 9,8%). Dos 2,2 milhões de hóspedes, 1222 mil são estrangeiros (mais 8,6%) e outros 944 mil são nacionais (uma subida de 21,8%). No acumulado de Janeiro a Novembro, nota o INE, as dormidas registaram um crescimento de 4,1%, atingindo 76,1 milhões.
Turismo lança campanha
Na passada sexta-feira, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), com o apoio do Governo e do Turismo de Portugal, lançou a campanha “Eu conto com o turismo”, com a qual espera combater a ideia de que há um excesso de turistas.
O objectivo da campanha, que se vai prolongar até meados de Março, é o de aproximar “a percepção do público à real importância do turismo, mostrando de que forma contribui para o desenvolvimento económico e social do país e para o posicionamento de Portugal no contexto internacional”, afirmou a CTP.
“É importante”, considerou o presidente da CTP, Francisco Calheiros, “desmitificar a ideia de que existe excesso de turismo no nosso país”. “Não há turismo a mais”, defendeu este responsável. “Há sim economia a menos e a necessidade de uma gestão mais eficaz do território”, acrescentou.
Lisboa, segundo a informação disponibilizada pelo Turismo de Portugal, é onde há maior densidade turística. Entre Janeiro e Novembro, o INE contabiliza cerca de 15 milhões de dormidas na Grande Lisboa, o equivalente a 28% do total nacional.