Portugal já vale menos de 20% das vendas consolidadas do grupo Jerónimo Martins
Dona do Pingo Doce e do Recheio registou um crescimento de 9,3% em 2024. Actividade na Polónia e na Colômbia representaram mais de 80% das vendas.
À beira de fazer 30 anos de presença no mercado polaco, o grupo de distribuição alimentar Jerónimo Martins passou a barreira dos 80% de vendas consolidadas realizadas fora de Portugal. Dona do Pingo Doce, Recheio, Biedronka, Ara e Hebe encerrou o ano passado com vendas de 33,46 mil milhões de euros – o que numa divisão simplista dá qualquer coisa como 91,6 milhões vendidos em cada um dos 365 dias de 2024. Foi um crescimento anual de 9,3%.
Os dados foram divulgados pela empresa cotada Jerónimo Martins SGPS esta terça-feira ao mercado, e são ainda preliminares até a apresentação das contas trimestrais.
Segundo a informação agora divulgada, a JM SGPS realizou 5,07 mil milhões de euros em vendas através da cadeia de supermercados Pingo Doce (15,2% das vendas totais), e outros 1,35 mil milhões de euros através da cadeia grossista (que vende a outros retalhistas e a cafés, restaurantes e hotéis) Recheio (4,1% das vendas totais). Portugal, na actividade de distribuição do grupo representou 19,3% das vendas no ano de 2024 – é o valor mais baixo até agora atingido, numa presença que tem vindo a diminuir ao longo dos últimos 29 anos. Em 2023, ainda estava nos 20,3%.
Foi a partir de 1995 que o grupo JM decidiu apostar, e manter esse investimento, no retalho alimentar com a cadeia de supermercados Biedronka. Quase 30 anos depois, e com 3.730 lojas, a cadeia representada por uma joaninha contribui para as vendas consolidadas do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos com um total de 23,57 mil milhões de euros. Se a estes 70,4% das vendas totais se juntar o vendido pela cadeia especializada em higiene e cosmética Hebe (583 milhões de euros ou 1,7% das vendas), a Polónia representa agora 72,1% das vendas consolidadas pela JM SGPS no ano passado.
O que falta juntar para chegar aos 100%? A Ara, a cadeia de lojas alimentares de proximidade que a JM inaugurou em 2013, e que 11 anos depois representaram 2,8 mil milhões em vendas (mais de metade do que vendeu o Pingo Doce, parceria que a JM detém desde 1985). São 8,5% das vendas consolidadas, que levaram a actividade da JM fora de Portugal a valer 80,6% no ano passado, quando 12 meses antes o peso era de 79,7%.