Portugal quer ser melhor no Mundial de andebol
A selecção nacional de andebol quer chegar aos quartos-de-final do Campeonato do Mundo que arranca nesta terça-feira, na Croácia, Dinamarca e Noruega.
Décimo lugar em 2021, 13.º em 2023. Em 2025, o plano é ficar pelo menos em oitavo. A selecção nacional de andebol tem trilhado um caminho interessante no plano internacional e procura, a partir desta terça-feira, subir um patamar no Mundial que arranca na Croácia, Dinamarca e Noruega.
Em rigor, só vai fazê-lo na quarta, quando entrar em campo frente aos Estados Unidos no Mundial 2025 (quarta-feira, 17h, RTP2). Seja como for, o importante é entender por que motivo Portugal é, por estes dias, um candidato legítimo ao top 8 do mundo.
Portugal vai à Noruega com um percurso relativamente consistente de crescimento nos últimos anos. As presenças e bons desempenhos em provas importantes repetiram-se (Jogos Olímpicos 2020, sexto lugar no Euro 2020 e sétimo no Euro 2024) as vitórias ocasionais frente a selecções de topo também e até a presença de jogadores nos melhores campeonatos do mundo se tornou mais relevante.
Paulo Jorge Pereira, o seleccionador nacional, não embarcou na retórica comunicacional mais comum no desporto, prestando-se a um objectivo claro – e ambicioso. “Podemos chegar mais à frente e atingir o nosso objectivo de chegar aos quartos-de-final“, definiu, sem pudor.
Estados Unidos ao alcance
Para lá chegar, Portugal já não tem de confiar apenas numa equipa de gente experiente ou numa selecção de jovens talentos.
A equipa que Paulo Jorge Pereira seleccionou tem uma mistura razoável de tudo: jogadores de muita rodagem como Rui Silva, Fábio Magalhães e Pedro Portela, atletas consagrados como Luís Frade e Miguel Martins e jovens que já não são imberbes como Kiko Costa, Diogo Rêma, Salvador Salvador e, sobretudo, Martim Costa, melhor marcador do último Europeu.
Em teoria, há tudo. Na prática, a coisa pode não acontecer como todos esperam. Portugal tem um grupo traiçoeiro na fase preliminar, com três patamares de adversários.
Os Estados Unidos são uma equipa ao alcance e Paulo Pereira também não o escondeu: “Temos os EUA no primeiro jogo, que estamos obrigados a ganhar, não há nenhuma dúvida”.
Depois, virá o Brasil, formação mais do nível da portuguesa. É uma selecção fortíssima, com jogadores fantásticos e um modelo de jogo optimizado”, explicou o seleccionador. Por fim, a Noruega. Não é exigível um triunfo frente aos nórdicos, que até jogam em casa, mas é bom lembrar que Portugal já bateu esta equipa no Euro 2024.
“Se os vencemos no Europeu do ano passado, porque não voltar a ganhar? Se conseguirmos controlar bem as emoções e melhorar alguns aspectos, creio que temos essa opção”, diz Paulo Jorge Pereira.
Cruzar com Espanha e Suécia
Passar para a fase seguinte não é assim tão difícil – apuram-se três das quatro selecções. O problema vem depois.
Portugal vai cruzar com o grupo F, onde estão Suécia, Espanha e Japão, equipas de bom nível. Nessa medida, é relevante chegar a essa segunda fase com muitos pontos somados, já que, em teoria, o resultado frente aos Estados Unidos não será útil – as equipas levam para a fase seguinte os pontos somados frente aos rivais que também se apuraram.
Estas são contas para outro dia, mas enquadram a necessidade de fazer algo bom nos três jogos.
O calendário até oferece, em teoria, um plano bom para Portugal, porque pode começar com uma vitória, encaminhar o futuro apuramento com uma equipa de nível semelhante e ir sem tanta pressão para o duelo teoricamente mais duro, mas no qual uma vitória será fundamental no objectivo dos quartos-de-final.
O seleccionador crê que essa meta depende da melhoria global na defesa e no ataque, mas detalhou que a transição defensiva pós-perda de bola é especialmente importante. “Temos de melhorar sobretudo na transição defensiva, na forma como corremos para trás, para não sofrermos golos em contra-ataque. Se nós estivermos aptos a recuperar defensivamente para não sofrermos golos de contra-ataque fáceis vamos ser mais competitivos”.