Activista iraniana-alemã dos direitos das mulheres libertada de prisão no Irão

Nahid Taghavi estava detida no Irão desde 2020 e foi libertada, informou esta segunda-feira a Amnistia Internacional.

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A activista estava presa no Irão desde 2020 ABEDIN TAHERKENAREH / EPA
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Nahid Taghavi, uma activista iraniana-alemã dos direitos das mulheres, foi libertada de uma prisão no Irão e está de volta à Alemanha após mais de quatro anos de encarceramento, informou esta segunda-feira a organização de direitos humanos Amnistia Internacional.

A libertação de Taghavi acontece numa altura em existem muitas preocupações com a saúde da mulher, de 70 anos, e após os apelos de grupos de direitos humanos ao Governo alemão para que este pressionasse Teerão sobre o caso.

Taghavi foi detida em Outubro de 2020 durante uma visita à capital iraniana e posteriormente condenada a dez anos e oito meses de prisão pelo seu alegado envolvimento num grupo ilegal e por propaganda contra o Estado. A Amnistia considerou as acusações falsas.

“A minha mãe está finalmente em casa. As palavras não são suficientes para descrever a nossa alegria. Ao mesmo tempo, lamentamos os quatro anos que nos foram roubados e o horror que ela viveu na prisão de Evin”, declarou a filha, Mariam Claren, num comunicado publicado na rede social X.

Segundo o grupo de defesa dos direitos humanos, Taghavi foi torturada durante o tempo que passou na prisão e mantida em isolamento.

A activista aterrou em segurança na Alemanha no domingo, informou a Amnistia, pedindo muitas mais libertações de activistas no Irão.

“É um grande momento de alegria o facto de Nahid Taghavi poder finalmente abraçar de novo a sua família”, declarou a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, numa publicação no X.

No passado, a Alemanha criticou o Irão por causa da detenção de cidadãos com dupla nacionalidade e o seu historial em matéria de direitos humanos. Em Outubro, Berlim chamou o seu embaixador no país por causa da execução do cidadão germano-iraniano Jamshid Sharmahd.

Na semana passada, o Irão libertou também a jornalista italiana Cecilia Sala, três semanas depois de esta ter sido detida em Teerão enquanto viajava no país para fazer uma reportagem.

Também na semana passada, a Suíça pediu esclarecimentos ao Irão depois de terem reportado um suicídio de um cidadão suíço preso no país, pedindo uma "investigação completa sobre as circunstâncias da sua morte".

França também denunciou situações de "tortura" a três prisioneiros de nacionalidade francesa no país, chamando-lhes de "reféns da República Islâmica do Irão".