Arquitecto Manuel Aires Mateus renova estádio do Jamor
A reabilitação do Estádio do Jamor, que deverá rondar os 25 milhões de euros, foi atribuída ao consórcio liderado pelo arquitecto Manuel Aires Mateus. Ainda não há data de conclusão da obra.
Uma cobertura maior na bancada central, mais conforto, mais segurança, melhores serviços e, em geral, uma “cara lavada”. É esta a ideia para a reabilitação do Estádio Nacional, em Oeiras, cujo projecto vencedor foi anunciado nesta segunda-feira, numa cerimónia na Ordem dos Arquitectos.
O consórcio vencedor é uma parceria entre a Atherden Fuller Leng Limited, a Gonçalves Vieira-Cruz Lda e a Aires Mateus III, liderada pelo arquitecto Manuel Aires Mateus, prémio Pessoa em 2017. A alteração mais significativa ao estádio vai pressupor uma cobertura maior na bancada central.
Aquilo a que o arquitecto chamou “pala” será uma estrutura moderna no topo da tribuna presidencial, mas com área que cobrirá uma fatia maior dos lugares sentados nessa zona do estádio.
Manuel Aires Mateus explicou que a decisão de não alargar a pala às restantes bancadas era uma imposição para todas as candidaturas. E explicou: “Podemos dizer que esta é uma cobertura muito ambiciosa para este estádio. O estádio não o é apenas do ponto de vista funcional, é também um monumento nacional. Portanto o equilíbrio entre preservar o monumento e dar condições a este monumento tem de ser muito bem ponderado. O resultado do concurso é um equilíbrio entre as duas coisas. Há uma parte significativa do público que estará coberta e outra não estará. E não seria possível aumentar mais a cobertura”.
A restante imagem do complexo desportivo do Jamor vai manter-se globalmente a mesma, ainda que com melhorias nos serviços e na modernização das estruturas.
25 milhões de euros
O arquitecto não quis comprometer-se com uma data de conclusão da obra, mas Pedro Dias, Secretário de Estado do Desporto, acabou por deixar pistas numa conversa posterior com os jornalistas presentes. Falou en passant de um prazo de um ano, ainda que não tenha ficado claro se se referia à fase seguinte – o desenvolvimento do projecto – ou se já englobava também a fase final – a execução das obras. "Desde a assinatura do protocolo até esta apresentação foi sensivelmente um ano. Acho que eles conseguem fazer isto nesse tempo ou até bater esse tempo", apontou.
Pedro Dias explicou ainda que as candidaturas foram desafiadas a apresentarem projectos que não ultrapassassem o valor-base de 25 milhões de euros e falou, mesmo que sem garantias, de uma fatia de cerca de 6% a ser assegurada pelo Governo.
Num plano mais desportivo, nota para as declarações de António Laranjo, líder do júri, que apontou que o Estádio do Jamor terá, com esta reabilitação, boas probabilidades de ser escolhido por alguma selecção para o “quartel-general” durante o Mundial 2030, que passará por Portugal.