Faça um som na Casa da Música, é a proposta para os imigrantes

Projeto, que começa dia 20/1, prevê que imigrantes mesmo sem experiência musical possam participar. A mistura de sonoridades deve ter uma primeira apresentação ao público em julho.

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Qualquer que seja o instrumento, a Casa da Música está aberta para imigrantes que querem tocar ou cantar Divulgação
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Abrir o espaço da Casa da Música para imigrantes, mesmo que não tenham nenhuma experiência musical é a proposta do projeto Mundi. A partir de 20 de janeiro, todas as segundas-feiras, das 21 às 22h30, a principal instituição musical da cidade do Porto vai ser um espaço para todos fazerem música.

A proposta é criar um espaço de inclusão. “O projeto vai ter porta aberta para todos os imigrantes que aparecerem, venham de onde vierem, tenham experiência anterior ou não. Queremos criar um espaço para fazer música”, conta Jorge Prendas, coordenador do Serviço Educativo da Casa da Música.

Impulsionado por dois formadores da Casa da Música, o português Alexandre Curopos, mestre em etnomusicologia e estudos de música popular, e o brasileiro Gutti Mendes, que é cantor, compositor e multiinstrumentista, o projeto não tem como meta apenas o convívio ou a diversão. “Temos um objetivo artístico, queremos que tenha qualidade. O Mundi vai ter uma primeira apresentação em julho no Sonópolis”, explica Prendas. O Sonópolis é um concerto anual em que são apresentados projetos musicais colaborativos, sendo que o Mundi deverá ser um deles.

No entanto, a proposta de Prendas é mais ambicioso do que apenas uma parte de um concerto. “Queremos que o Mundi tenha uma agenda própria de espetáculos, de forma autônoma dos outros projetos”, relata.

Segundo Prendas, todas as formas de expressão musical serão estimuladas. “Trabalhamos com o princípio de encontrar uma sonoridade própria do grupo em função do que cada um pode trazer, seja do ponto de vista instrumental, seja vocal ou cultural”, acrescenta.

Não há uma música prevista para o grupo tocar nem limitação de instrumentos. “Será um trabalho de pesquisa e que, no final, este projeto seja capaz de construir seu próprio repertório, seja com um alaúde no Norte da África, um agogô brasileiro, uma cítara grega ou um shakuhashi, a tradicional flauta longitudinal japonesa”, diz Prendas.

O coordenador do serviço educativo vê um papel social na proposta do Mundi. “É uma grande proposta social de acolhimento. O que desejamos é que todos os que participem sintam que estão num lugar que os sabe receber e os quer bem. Que as pessoas tenham o conforto de se sentir em sua casa”.

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