Rali Dakar: Segurança de dia e de noite
Foi um dia bom, sem penalizações e sem crises de maior. Este domingo correu-se a 7.ª etapa, com o rali a aproximar-se do final, já na sexa-feira.
- Maria Luís Gameiro está a participar no Rali Dakar na Arábia Saudita e vai relatando na Fugas a sua experiência em cada etapa
Falar de dureza ou extensão de etapas do Dakar quase deixou de ser assunto. O tema é conseguir chegar ou não ao final da etapa, ter ou não problemas, ou quantas horas tivemos que conduzir de noite. Isso sim é motivo de conversa mesmo no pouco tempo que temos no bivouac ou no período pré-partida.
Fico sempre triste quando chega a notícia de mais uma desistência ou de uma equipa que nos é mais próxima – nomeadamente as portuguesas – e que noite dentro terá ficado parada na pista. Já nos aconteceu e é duro, mas também o é para quem já esta no acampamento, impotente para ajudar.
Apesar de menos exigente em termos de horário, este domingo voltámos a enfrentar um dia com algumas dificuldades, mas que, no final, resultou em nova conquista. Completámos a etapa e estamos de volta ao acampamento, desta feita muito mais cedo do que o habitual. Foi um dia bom, sem penalizações e sem crises de maior. Bastou conseguir manter o andamento, sem paragens nem “fogos para apagar”. O 35º lugar – e consequente 28º entre os Challenger - é fruto de uma toada mais contida, mas inevitável: há imensas zonas em que os trilhos deixados pelas equipas à nossa frente chegam a ser mais profundos do que as rodas do nosso carro. Isto, julgo que dará uma ideia, da “tareia” a que estamos sujeitos diariamente.
Voltando ao tema da condução noturna, seria de esperar que houvesse algum receio, face aos naturais riscos que corremos, nomeadamente quando atravessamos aldeias. Isto assustava-me, antes de conhecer a realidade da organização da prova. Um acidente acontece quando menos esperamos e, envolvendo carros de competição, conhecemos todos demasiados exemplos.
A verdade é que, quer de dia quer de noite, estão espalhados pelas pistas e também nas ligações uma quantidade enorme de agentes de autoridade. Cabe-lhes garantir que, nas especiais, o publico se coloca fora das zonas de pista passíveis de passagem de concorrentes. Por outro lado, nas ligações, por vezes atravessamos aldeias, vilas, etc. e em todos os pontos de maior afluência de trânsito, temos sempre caminho livre. Isto não apenas transmite na generalidade uma agradável sensação de segurança, como nos facilita bastante a vida, fazendo com que seja menos um tema em que pensar...
A autora escreve segundo o acordo ortográfico
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