MP acusou quatro directores de organismos da Segurança Social do Porto
Os quatro arguidos são acusados pela prática de crimes de denegação de justiça e prevaricação.
O Ministério Público (MP) acusou quatro directores de organismos do Centro Distrital da Segurança Social do Porto pela prática de crimes de denegação de justiça e prevaricação, informou a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
Numa nota divulgada na sexta-feira na sua página na internet, a PGRP refere que os quatro arguidos têm todos cargos directivos em organismos do Centro Distrital do Porto do Instituto da Segurança Social.
Os factos remontam ao período entre 2014 e 2016 e estão relacionados com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 33/2014, de 04 de Março, que instituiu um novo regime sancionatório aos estabelecimentos de apoio social e clarificou a sujeição das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), com ou sem acordo de cooperação, a este regime sancionatório.
O despacho da acusação, datado de 30 de Dezembro de 2024, refere que os arguidos "decidiram obstar à instauração de processos contra-ordenacionais contra as IPSS abrangidas" por esta legislação.
Nesse sentido, diz o MP, os arguidos "deram ordens expressas aos técnicos/colaboradores seus subordinados, para que não noticiassem as infracções de que tinham conhecimento, através do registo de participações no sistema informático em uso na Segurança Social (SISS- CO)".
Em consequência da ausência de tal registo, os arguidos conseguiram impedir o prosseguimento como processos de contra-ordenação das irregularidades detectadas por aqueles funcionários subordinados, adianta a nota da Procuradoria.