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Com Antônio Zambujo, Zé Renato leva memórias de sua carreira para Benfica
Apresentação do cantor, no Auditório Carlos Paredes, será no dia 23 de janeiro e terá participação do português António Zambujo. Será o primeiro show da série mensal Notícias do Brasil.
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Juntar Zé Renato com o português António Zambujo no dia 23 de janeiro, às 21h30, vai ser o primeiro show da série Notícias do Brasil. Uma vez por mês, no Auditório Carlos Paredes, de Benfica, haverá um espetáculo de um cantor brasileiro que será acompanhado por um músico português.
Promovido pela Junta de Freguesia de Benfica, o objetivo é trazer a música de cantores brasileiros que vivem em Portugal. “São apresentações de artistas brasileiros, com a participação especial de artistas portugueses. Ou seja, o foco é apresentar o trabalho de músicos e compositores brasileiros, com a participação sempre de um convidado, que, no meu caso, vai ser o António Zambujo”, conta Zé Renato.
Será numa sala histórica, que foi construída em 1915 como cine-teatro, com apenas 115 lugares. “Eu não conheço o auditório Carlos Paredes. Eu vi as fotos e pareceu um teatro muito legal como sala de concertos e shows”, afirma o cantor.
Num espaço pequeno, em que vai estar mais próximo do público, será um show intimista de Zé Renato com músicas que podem surpreender. “Vai ser um repertório mais intimista, que faz parte da minha história. Talvez as pessoas não conheçam, mas são coisas que eu gosto de cantar”, explica.
Zé Renato faz parte da história da música brasileira, não apenas por sua participação na banda Boca Livre, mas pelas parcerias com grande parte dos grandes nomes da música brasileira. “No ano que vem vou fazer 50 anos de carreira. Histórias não me faltam”, diz o cantor que já participou de trabalhos com nomes da música como Milton Nascimento, Chico Buarque, Djavan, Alceu Valença, Ivan Lins, entre outros.
Uma das músicas que ele vai cantar no show é Ânima. “É uma parceria minha com o Milton Nascimento que foi título do álbum do Milton de 1982”, revela.
No alinhamento, também vão estar Cantador, criada pela parceria entre Dori Caymi e Nelson Motta, Ponteio, de Edu Lobo, que Zé Renato regravou com Edu Lobo como trilha sonora da novela Rancho Fundo, Coração Vagabundo, de Caetano Veloso, Caravana, de Alceu Valença e Geraldo Azevedo, mais conhecida na gravação da banda Boca Livre e Amor em Paz, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Também foi incluída Até a Fé se Esqueceu, uma parceria de Zé Renato com a fadista portuguesa Cuca Roseta.
Ele não deixou de incluir músicos portugueses. “Eu vou também cantar canções do repertório de músicos portugueses. Então, tem uma canção portuguesa que eu gravei, num disco que fiz em Portugal em 2001, com um grupo de músicos portugueses que chamava-se Trinadus. Tem também uma música que eu adoro, que é a Canção do Mar, que foi gravada pela Dulce Pontes. É um clássico”, acrescenta.
Ele pode surpreender muitos pessoas que acompanham sua carreira ao cantar em inglês. “É uma música do The Police, do Sting, que eu adoro, que chama Every Little Thing She Does is Magic”, revela.
Háverá uma parte do show em que vai tocar e cantar junto com Zambujo. “Temos quatro músicas escolhidas que são Valsinha, que foi gravada por ele num disco que fez sobre Chico Buarque, Se Tu Soubesses, que é uma música que já tinha gravado com o Zambujo, do repertório do Sílvio Caldas. Vamos cantar também Travessia, que é um clássico do Milton Nascimento, e Toada, que é uma música minha e do Cláudio Nucci e Juca Filho. E, no bis, temos uma carta na manga que é o Tanto Mar”, afirma.
Em Portugal
Atualmente, Zé Renato vive na ponte aérea entre Lisboa e a capital carioca. “É uma cidade em que eu já estive por várias vezes, ou passeando ou trabalhando, tenho vários amigos aqui. Lisboa oferece muitas coisas bacanas, meu filho estuda numa escola aqui. Eu já tenho a sensação de estar morando em Portugal, porém estou constantemente viajando para o Brasil”, diz.
Mas, como qualquer imigrante, sente falta da terra natal. “Tenho gostado de morar em Lisboa, mas é claro que sinto saudades. Eu morei minha vida inteira no Rio de Janeiro. É aquela carioquice que não sai da gente de jeito nenhum. O Rio é uma cidade sedutora e eu morei minha vida inteira lá”, acrescenta.