PSP detém “Zé do Porto”, o mais antigo carteirista de Lisboa
“Zé do Porto”, o filho e outro carteirista foram investigados numa operação chamada “Pai, filho e Espírito Santo”. Tribunal da Relação confirmou condenação do homem de 62 anos a quatro anos de prisão.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve esta sexta-feira o carteirista mais antigo de Lisboa e que actuava, sobretudo, nos transportes públicos, nomeadamente nos autocarros e eléctricos.
O homem de 62 anos, conhecido como o “Rei dos Eléctricos” ou pela alcunha “Zé do Porto”, tinha um mandado de detenção para cumprir uma pena de quatro anos de prisão efectiva, confirmada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, em Dezembro de 2024, depois de ter sido investigado pela prática de mais de 20 furtos qualificados como carteirista em transporte público.
Segundo a PSP, este carteirista é conhecido há longa data, andou a ser investigado em território nacional e é sobejamente conhecido, tendo "uma ampla pegada criminal (que já lhe motivou inclusive pesadas passagens em ambiente criminal) neste tipo de crime, tendencialmente contra turistas”.
A investigação teve início em 2019 e foi levada a cabo pela Equipa da Divisão de Investigação Criminal, especialmente criada e especializada para estes fenómenos itinerantes, designada F3C, quando "Zé do Porto" foi apanhado em flagrante delito a furtar uma carteira no eléctrico 15, que liga a Praça da Figueira a Algés, e onde passou a actuar por ser muito frequentado por turistas. Antes escolhia os alvos no eléctrico 28, que era mais pequeno, mas também é usado por turistas.
Ficou em prisão preventiva três meses, mas acabou por sair, tendo voltado a ser detido em 2022. Nessa altura cumpriu prisão preventiva com pulseira electrónica em casa. Mas a F3C da PSP já andava no seu encalço e o Ministério Público (MP) decidiu unir os dois processos, onde se juntavam ao "Zé do Porto" mais dois suspeitos: o filho que já seguia as suas pisadas e um outro carteirista, de nome Espírito Santo, também referenciado pela polícia. A F3C passou a chamar à operação de investigação "Pai, filho e Espírito Santo".
Segundo dados da PSP o número de detenções de carteiristas foi de 32 em 2020, descendo para 18 em 2021, ano a partir do qual este crime cresceu exponencialmente: registaram-se 58 casos em 2022, 104 em 2023 e 141 em 2024, entre Janeiro até 30 de Novembro.