Advogada quer pena efectiva para explicador acusado de abusar menores
“Chegou a hora de este tipo de comportamentos serem sancionados com uma pena efectiva”, declarou Isabel Guimarães na audiência que iniciou esta sexta-feira. Próxima sessão marcada para 15 de Janeiro.
A advogada do menor que, alegadamente, sofreu abusos sexuais por um explicador de matemática, em Viana do Castelo, defendeu esta sexta-feira que o homem de 48 anos, "reincidente", deve ser condenado a uma pena de prisão efectiva. O arguido está acusado de quatro crimes de abuso sexual de crianças agravados, praticados até 18 de Agosto de 2023, quando a vítima tinha 13 anos, e dois crimes de abuso sexual de menores dependentes ou em situação particularmente vulnerável agravados, praticados a partir de 19 Agosto do mesmo ano, data em que a criança completou 14 anos.
"Para bem da sociedade civil, chegou a hora de este tipo de comportamentos serem sancionados com uma pena efectiva de prisão", afirmou Isabel Guimarães no final da audiência do julgamento iniciado no tribunal de Viana do Castelo. A advogada acrescentou que a primeira sessão do julgamento, que continua no dia 15, às 14h, foi "muito positiva para o desenrolar do processo", referindo que o arguido "confirmou algumas situações" e que a vítima "também prestou esclarecimentos", presencialmente.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, o explicador de matemática terá praticado os crimes entre Janeiro de 2023 e Janeiro de 2024, "sempre que o menor", na altura com 13 anos, "tinha sessões sozinho" com ele, "normalmente duas vezes por semana, e excepcionalmente aos domingos, antes das datas dos exames".
Entre esses meses, "o arguido manteve actos sexuais com o menor (...), fazendo-se o suspeito valer da posição de manifesta confiança, autoridade e influência sobre o menor, que a qualidade de agente educativo lhe confere", lê-se na acusação, datada de Setembro de 2024.
Em Abril de 2018, o homem foi condenado a cinco anos de prisão, com pena suspensa pelo mesmo período, e extinta em 21 de Maio de 2023. Na altura, foi acusado de 82 crimes de abuso sexual de crianças e por seis de actos sexuais com adolescentes, cometidos a 11 menores.
"Este indivíduo foi condenado no âmbito de um processo anterior com uma pena suspensa de cinco anos na sua execução e os factos que estão aqui em causa podem coincidir com a data da suspensão da pena", advertiu Isabel Guimarães.
O arguido de 48 anos encontra-se detido no Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, distrito do Porto. Segundo o MP, em fase de inquérito estão ainda "factos denunciados em Julho de 2024" por mais quatro menores a quem o acusado também dava explicações.