O expediente de Marcelo e a discussão inútil sobre aborto
Neste episódio também se fala sobre embates presidenciais, sobretudo à esquerda, onde podem surgir pelo menos dois candidatos a disputar um mesmo espaço: Mário Centeno e António José Seguro.
O novo ano político começou há nove dias, sem grande agitação, diga-se, mas já temos alguns assuntos para analisar o que é bom para quem gosta de discutir política. Este episódio centra-se em três temas: o quase Conselho de Estado sobre segurança que Marcelo Rebelo de Sousa não foi capaz de convocar; a interrupção voluntária da gravidez que, de repente, voltou a ser um tema; e a guerra Centeno/Seguro no campo de batalha das presidenciais.
André Ventura escreveu ao Presidente da República a pedir-lhe que reunisse o Conselho de Estado para discutir “o estado de insegurança crescente em Portugal”. Em vez de tomar uma decisão, Marcelo perguntou aos seus conselheiros se estavam interessados em ser ouvidos sobre o assunto. Esta abordagem é inédita por parte de um Presidente da República: de quem teve medo Marcelo e por que razão não decidiu sozinho?
Outro tema em discussão é o envolvimento da Maçonaria na escolha dos candidatos presidenciais, com alguns maçons a criarem um grupo de apoio ao Almirante Gouveia e Melo. Qual será a influência deste novo MAAP: Movimento de Apoio ao Almirante à Presidência? O que é que isto nos pode dizer sobre o futuro do xadrez presidencial em que se intensifica a guerra à esquerda entre Mário Centeno e António José Seguro?
Finalmente, discutimos uma espécie de regresso ao passado em matéria de interrupção voluntária da gravidez. O CDS quer retomar regras antigas (do PSD de Passos) — e o Chega também — e a esquerda quer alargar os prazos. Em período de campanha, um candidato da AD (Paulo Núncio, do CDS) já tinha sugerido a realização de um novo referendo e Luís Montenegro disse que o assunto estava arrumado. À hora desta gravação, o PSD decidiu numa reunião da bancada que vai votar contra as propostas mais restritivas. Será que este caso pode beliscar a relação entre os dois parceiros de coligação? E será que o país pode andar para trás em matéria de direitos que estavam já consagrados há vários anos?
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