Meta altera temas LGBT do Messenger: “Orgulho” passa a ser “Arco-Íris”; “Transgénero” é “Algodão doce”

O tema “Orgulho” passou a “Arco-Íris”; o “Transgénero” passou a “Algodão doce” e o “Não-binário” agora é “Pôr-do-sol dourado”. Mudança surge dias depois do anúncio do fim da verificação de factos.

Foto
Yannis Papanastasopoulos/Unsplash
Ouça este artigo
00:00
02:40

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Meta está a alterar os nomes dos temas de personalização nas conversas do Messenger que faziam alusão à comunidade LGBT+. O alerta foi dado por alguns utilizadores no X e, pelo que o P3 conseguiu testar, está a ser alterado aos poucos nos diferentes dispositivos.

A mudança ocorreu em pelo menos três temas: o tema “Orgulho” passou a chamar-se “Arco-Íris”; o tema “Transgénero” passou a “Algodão doce” e o tema “Não-binário” agora é “Pôr-do-sol dourado”.

Em alguns dispositivos, esta mudança já se concretizou. Outros continuam com o tema “Orgulho” activo nas conversas em que esta personalização estava definida, mas como um aviso: “O tema Orgulho já não está disponível. Se alterares o teu tema, não vais poder voltar a escolhê-lo.”

Já os temas “Transgénero” e “Não-binário” não chegam sequer a aparecer em alguns dispositivos – nem com o nome antigo, nem com o nome novo.

Foto

A mudança não foi formalmente anunciada pela Meta, mas ocorre dois dias depois de Mark Zuckerberg ter anunciado que o programa de verificação de factos do Facebook vai terminar depois de nove anos em funcionamento. “Este é o tempo de voltar às nossas raízes em torno da liberdade de expressão”, referiu o director executivo, que acredita que “chegou a um ponto em que simplesmente se cometem demasiados erros e há demasiada censura”.

Foto
A mensagem que aparece em conversas com o tema "Orgulho" definido

As alterações aos padrões de comunidade prevêem também “dar espaço” a insultos em função do género, sexo, orientação sexual ou religião. Dizem o seguinte: “Por vezes, as pessoas utilizam uma linguagem exclusiva em função do sexo ou do género quando discutem o acesso a espaços frequentemente limitados pelo sexo ou pelo género, como o acesso a casas de banho, a escolas específicas, a funções militares, de aplicação da lei ou de ensino específicas, e a grupos de saúde ou de apoio. Outras vezes, incentivam à exclusão ou utilizam linguagem ofensiva em contexto de discussão de assuntos políticos ou religiosos, como quando se discutem os direitos das pessoas transgénero, a imigração ou a homossexualidade. Por fim, às vezes, as pessoas também insultam um género no contexto do final de uma relação amorosa. As nossas políticas foram concebidas para dar espaço a estes tipos de discurso.”

Zuckerberg assumiu que existe uma associação entre as mudanças anunciadas e a política nos Estados Unidos: “As eleições recentes também parecem um ponto de viragem cultural no sentido de voltar a dar prioridade ao discurso.” Garantiu ainda que a Meta vai trabalhar com a administração Trump para “fazer frente aos governos à volta do globo que estão a perseguir empresas norte-americanas e a pressionar para haver mais censura”.

A verificação de factos feita por especialistas deixa assim de existir, dando lugar a um sistema de notas deixadas pelos utilizadores, desde que autorizadas pela rede social, tal como acontece no X de Elon Musk.

Sugerir correcção
Ler 6 comentários