Sardenha, umas férias tranquilas e memoráveis

“Depois de Golfo Aranci, apanhámos um ferry para La Maddalena, e foi aí que me apaixonei.” A leitora Beatriz Anjos resume as suas férias na Sardenha, um destino que recomenda.

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Beatriz Anjos DR
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Foi uma viagem fora do habitual, de mochila às costas durante uma semana e a trocar de casa e localidade a cada três dias. Éramos sete, ao todo, a minha família e mais um casal amigo com a sua filha, em dois carritos Fiat Panda alugados, um azul fluorescente e outro branco.

Aterrámos em Olbia, com uma expectativa de chegar logo a um destino paradisíaco e, afinal, deparámo-nos com uma zona industrial. A caminho de Golfo Aranci, onde íamos ficar as duas primeiras noites, olhava pela janela à espera de ver iates, catamarãs ou veleiros, e só via cargueiros a chegarem ao porto de Olbia, rodeado de pequenos edifícios de quatro andares, no máximo. Não era do que estava à espera, como também não esperava o tempo desagradável que se instalara, de trovoada e com céu nublado.

Contudo, após algum tempo no carro, começámos a avistar grandes barcos e tudo começou a ficar mais límpido, incluindo o céu. Diferentemente daquilo a que estava habituada, víamos pequenas casas de dois andares e lojinhas pelas ruelas, tal como restaurantes e minimercados em todas as esquinas. A melhor pizza que comi foi num desses restaurantes típicos, a que quisera ir, logo na primeira noite, também para vermos a nossa grande selecção jogar.

Foi uma semana de praia, como seria de esperar. Depois de Golfo Aranci, apanhámos um ferry para La Maddalena, e foi aí que me apaixonei. As estreitas vielas com chão de pedra escura, semelhante à calçada portuguesa pela sua irregularidade, as motorizadas ao estilo Vespa por todo o lado e os tradicionais restaurantes populares, de pedra e com esplanada na calçada, já quase na estrada, eram atraentes. Porém, as praias era o melhor de tudo. A maioria com muito pouco areal, o que implicava ir cedo para marcar lugar, e um mar com um aspecto vítreo, de tão transparente e parado que estava. A água era demasiado quente para o meu gosto, nem tudo podia ser perfeito.

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Depois de três dias em La Madallena, chegámos a Porto Cervo, uma realidade completamente oposta ao que tínhamos vivido em La Maddalena. Saímos de uma cidade modesta para o extremo do luxo. Apesar de o nosso alojamento ser uma vivenda muito rústica, estava situada num resort que tinha acesso a pé a três praias, todas a uma distância de cinco minutos.

No entanto, o mais extravagante era mesmo a marina, com lojas de todas as marcas, os restaurantes mais sublimes, passadiços primorosos e decorados, as pessoas a carregarem os enormes sacos com as compras que tinham feito, e os iates. Nunca tinha visto nada assim: o número de andares, o acabamento e o requinte, as pessoas que os frequentavam, tudo indicava um nível de ostentação incomum.

Apesar de ter sido uma complicação o regresso a Portugal, por atraso e cancelamento de voos, recomendo este destino, que proporciona umas férias tranquilas e memoráveis.

Beatriz Anjos (texto e fotos)

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