Audição de Pinto da Costa em tribunal adiada
O ex-presidente do FC Porto ia ser ouvido no âmbito da Operação Pretoriano.
A audição de Jorge Nuno Pinto da Costa no âmbito da Operação Pretoriano foi adiada devido a razões de saúde, não tendo ficado agendada qualquer data futura para que o ex-presidente do Futebol Clube do Porto seja ouvido em tribunal.
Pinto da Costa iria ser ouvido em tribunal nesta sexta-feira na qualidade de testemunha da Operação Pretoriano. O pedido de audição do ex-presidente do FC Porto tinha sido endereçado pela defesa de Fernando Saul, antigo oficial de ligação aos adeptos e arguido neste caso, e as suas declarações seriam arquivadas para memória futura.
No entanto, de acordo com o despacho do tribunal a que o PÚBLICO teve acesso, a audição de Pinto da Costa ficou mesmo adiada sem que tivesse ficado estipulada uma nova data, dado o estado de saúde periclitante do antigo líder do FC Porto, sendo que será
reagendada assim que a testemunha apresente uma recomendação ou autorização médica para o efeito.
A Operação Pretoriano investiga os incidentes de violência ocorridos na Assembleia-Geral extraordinária do FC Porto de Novembro de 2023. O Ministério Público (MP) acusa o ex-líder dos Super Dragões, a mulher e vários outros elementos da claque de terem montado um clima de medo e intimidação que culminou em agressões a sócios portistas.
No total, foram constituídos 12 arguidos e todos respondem pelos mesmos 31 crimes: 19 de coacção agravada; sete de ofensa à integridade física no âmbito de espectáculo desportivo; três de atentado à liberdade de informação; um de instigação pública a um crime e outro de arremesso de objecto.
Fernando Madureira é o mais mediático do grupo. O homem de 49 anos foi líder da principal claque do FC Porto durante cerca de duas décadas, tornando-se uma das caras mais conhecidas do clube fora das quatro linhas. Começou a exibir um estilo de vida luxuoso, com carros topo de gama, férias de luxo e casas.
Além da violência na Operação Pretoriano, as autoridades investigam ainda um alegado esquema de bilhetes que Madureira liderava. A Operação Bilhete Dourado tem como ponto principal os ingressos cedidos pelo FC Porto ao abrigo do protocolo entre clube e claque para a venda a preços inflacionados. Há ainda uma terceira investigação que visa o antigo líder da claque, relativa a suspeitas de fraude fiscal que serviriam para mascarar estes supostos lucros ilícitos.
Toda a fase de instrução se realizou à porta fechada, por receios de confrontos entre membros dos Super Dragões e apoiantes dos arguidos.
Entretanto, Fernando Madureira e a mulher, Sandra Madureira, informaram o tribunal de que querem estar presentes na Assembleia-Geral (AG) do FC Porto, convocada pelo clube para 18 de Janeiro, em que será debatida sanção disciplinar para seis sócios. O casal Madureira corre o risco de ser expulso de sócio, com Fernando Saul, antigo oficial de ligação aos adeptos, a enfrentar uma possível suspensão. Este último irá mesmo marcar presença na AG, não estando condicionado por medidas de coacção impeditivas.