Benfica atropela Sp. Braga. É deste Benfica que tem falado Bruno Lage?
Os “encarnados” garantiram o lugar na final da Taça da Liga, frente ao Sporting, com um triunfo convincente frente ao Sp. Braga. E o resultado até parece curto para o que se passou em Leiria.
Perante um Benfica sofrível – nos resultados e no nível exibicional –, Bruno Lage tem apresentado sempre a mesma retórica: diz que não tem ouvido os assobios da Luz e que o momento da equipa não é assim tão problemático. Nesta quarta-feira, a equipa “encarnada” fez por dar razão ao técnico e acabar com a dissonância.
Com um triunfo (3-0) frente ao Sp. Braga, na meia-final da Taça da Liga, o Benfica garantiu o lugar na final de sábado, contra o Sporting, numa partida na qual "atropelou" uma formação minhota que nada pôde e soube fazer.
Dias depois do triunfo do Braga na Luz, o que se passou em Leiria nada teve que ver com isso. pelo caminho, o Benfica juntou a um grande desempenho colectivo uma nova esperança de craque: Schjelderup foi finalmente titular e mostrou bons detalhes.
Di María tomou conta do jogo
O Sp. Braga, contrariando o estatuto que reclama, levou a Leiria um 5x2x3 muito defensivo, com os 11 jogadores atrás da linha da bola. A equipa estava sempre muito junta e dava Otamendi, António Silva e Kokçu “de borla”, permitindo construção calma ao Benfica.
Com bola, a equipa de Carvalhal, que teria sempre mais espaço pelos corredores, tentava, por outro lado, a saída por dentro, numa zona de dois contra quatro – e o Benfica conseguiu, assim, “abafar” facilmente com a pressão alta na zona central.
Uma diferença importante era a presença de Florentino, que ajudava a estancar movimentos ofensivos do Braga entre linhas – algo que Kokçu, como 6, nunca conseguiu fazer no jogo entre as equipas no passado fim-de-semana.
No ataque, a ideia do Benfica repetia-se – Di María atrair adversários e libertar colegas –, mas feita de formas diversas e em vários locais. Aos 11’, fê-lo para libertar Kokçu, que teve espaço para soltar Carreras. Aos 16’, o argentino atraiu dois jogadores para libertar Araújo para um cruzamento. Aos 21’, Di María repetiu a ideia, mas para chamar a equipa adversária e libertar Carreras num passe longo.
É certo que a equipa “encarnada” teve algumas dificuldades iniciais enquanto Kokçu foi buscar a bola atrás, mas quando o turco se soltou e passou a pisar terrenos mais avançados o futebol da equipa mudou para melhor.
Aos 27’, Di María fez o movimento habitual para dentro, atraiu o marcador e esperou por Tomás Araújo, que devolveu ao argentino para o remate de sucesso.
No minuto seguinte, Kokçu combinou com Aursnes e, sempre com timing impecável para soltar a bola, ofereceu a Carreras um remate potente para o 2-0, de fora da área.
Segunda parte “morna”
Era curioso como o lateral/ala Martínez se esquecia de que era lateral. Como extremo de raiz, foi apanhado várias vezes muito subido e em pelo menos duas delas mostrava uma reacção de claro esquecimento de cobertura defensiva – uma dessas foi o golo dos 27’.
Uma consulta ao gráfico do Sofascore mostrava porquê: na posição média dos jogadores em campo, Martínez surgia inexplicavelmente subido, sendo o segundo jogador mais adiantado da equipa (!), apesar de ser... lateral de uma defesa a cinco.
Aos 37’, o desnorte do Braga mostrava não ser apenas posicional, mas também de concentração. De um lançamento lateral ofensivo, que é uma bola parada, a equipa minhota conseguiu sofrer um contra-ataque. Pavlidis correu e assistiu Di María para o 3-0.
Pouco depois do intervalo, outra transição “encarnada” teve mais arte de Di María, mais uma boa definição de Pavlidis e, desta vez, má finalização de Schjelderup, que driblou bem o guarda-redes, mas não conseguiu marcar.
Com um Braga impotente e um Benfica satisfeito com o 3-0, não havia como ver na segunda parte um jogo de futebol interessante. E pouco houve para contar.