Hong Kong e Macau proíbem importação de frango de Lisboa após casos de gripe aviária

Decisão foi tomada para “proteger a saúde pública” depois da detecção do vírus numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, nesta terça-feira.

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Hong Kong importou cerca de 110 toneladas de carne de frango congelada de Portugal nos primeiros nove meses de 2024 Manuel Roberto
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A região semiautónoma chinesa de Hong Kong proibiu, nesta terça-feira, 7 de Janeiro, a importação de carne de frango e derivados, incluindo ovos, do distrito de Lisboa, na sequência da detecção de casos de gripe aviária. Macau adoptou a mesma posição.

O Centro para a Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês) de Hong Kong sublinhou num comunicado que a decisão foi tomada “para proteger a saúde pública”, na sequência de uma notificação da Organização Mundial de Saúde Animal.

O território importou cerca de 110 toneladas de carne de frango congelada de Portugal nos primeiros nove meses de 2024, de acordo com dados oficiais citados no comunicado.

O CFS disse já ter contactado as autoridades portuguesas e pretender acompanhar "de perto" a situação e as informações emitidas pela Organização Mundial de Saúde Animal. "Serão tomadas as medidas adequadas em resposta ao desenvolvimento da situação", referiu o comunicado.

Também a região semiautónoma de Macau assumiu a mesma postura. "Os pedidos de importação de carne de frango e produtos derivados provenientes de zonas com surtos de gripe aviária não serão aprovados", disse o Instituto de Assuntos Municipais (IAM) de Macau.

Em comunicado, o IAM disse estar preocupado com os surtos de gripe aviária registados não só em Portugal, mas também na Hungria e na Coreia do Sul. A entidade garante que vai "continuar a controlar rigorosamente os alimentos frescos importados e vendidos em Macau através de um mecanismo eficaz de inspecção de importação e de quarentena".

A gripe das aves foi detectada numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, Lisboa, tendo sido aplicadas medidas de controlo e erradicação, anunciou na segunda-feira, 6, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

“A 3 de Janeiro, foi confirmado um foco de infecção por vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) numa exploração de galinhas poedeiras, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa”, lê-se numa nota da DGAV.

As medidas de controlo e erradicação já foram implementadas e incluem a inspecção do local onde a doença foi detectada, o abate dos animais infectados e a limpeza das instalações. Foram ainda impostas restrições à movimentação e as explorações com aves nas zonas de restrição (num raio de dez quilómetros em redor do foco) estão a ser vigiadas.

A DGAV pediu ainda a todos os operadores que comuniquem qualquer suspeita de doença, sublinhando que a detecção precoce dos focos “é essencial para a implementação célere de medidas de controlo”.

Já nesta terça-feira, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) informou que não há registo de pessoas com sintomas ou sinais sugestivos de infecção humana pelo vírus H5N1, detectado numa exploração de galinhas no concelho de Sintra.

Até ao momento, não há registo de pessoas com sintomas ou sinais sugestivos de infecção humana pelo vírus H5N1, nem foram notificados quaisquer casos na plataforma de suporte ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), disse a DGS em comunicado.

Na nota, a DGS sublinhou que a transmissão do vírus H5N1 para humanos é um evento raro, com casos esporádicos registados a nível global. No entanto, caso ocorra, a infecção pode manifestar-se com um quadro clínico grave, acrescentou a DGS.

A direcção adiantou que o risco para a população geral é muito baixo e que a transmissão ocorre principalmente em contextos de exposição profissional a animais infectados ou ambientes contaminados. O vírus não se transmite através do consumo de carne, esclareceu.

Notícia às 16h15 actualizada com a proibição de importação em Macau.