EUA preparam venda de mais de oito mil milhões de dólares em armas a Israel

Administração Biden reitera direito de Israel de se defender “de acordo com o direito internacional e o direito internacional humanitário”.

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Joe Biden, Presidente dos EUA, cede o cargo a Donald Trump daqui a três semanas WILL OLIVER / POOL / EPA
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A Casa Branca notificou o Congresso dos Estados Unidos sobre uma proposta de venda de mais armas a Israel, no valor de oito mil milhões de dólares (cerca de 7,7 mil milhões de euros), disseram dois membros da Administração de Joe Biden à Reuters.

O acordo terá de ser aprovado por comissões especializadas da Câmara dos Representantes e do Senado e envolve a venda de munições para caças e helicópteros de guerra, assim como de projécteis de artilharia. Segundo as fontes, o pacote também inclui bombas e ogivas de pequeno diâmetro.

Algumas das entregas de munições previstas no novo pacote podem ser fornecidas através do actual stock norte-americano, mas o restante ainda vai demorar alguns anos a chegar às Forças Armadas israelitas.

O pacote inclui ainda mísseis ar-ar AIM-120C-8 para defesa contra drones e outras ameaças aéreas; projécteis de artilharia de 155 mm; mísseis Hellfire AGM-114; e 6,75 mil milhões de dólares noutro tipo de bombas e sistemas de orientação, disse um dos responsáveis norte-americanos, citado pela Reuters.

Em Agosto, os Estados Unidos já tinham aprovado a venda de 20 mil milhões de dólares em aviões de combate e outro equipamento militar a Israel.

Numa altura em que o número de mortes de civis na Faixa de Gaza não pára de aumentar, no âmbito da guerra israelita no território palestiniano contra o Hamas, uma das fontes sublinhou que o Presidente cessante dos EUA – cede o lugar a Donald Trump no dia 20 – foi sempre claro sobre o facto de Israel ter o direito de defender os seus cidadãos “de acordo com o direito internacional e o direito internacional humanitário”.

Nesse sentido, acrescentou, os EUA vão continuar a fornecer as capacidades necessárias para a defesa de Israel, nomeadamente contra as ameaças de grupos apoiados pelo Irão, como o Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iémen.

A guerra israelita em Gaza deslocou quase toda a população de 2,3 milhões de habitantes, provocou uma crise de fome e levou a acusações de genocídio, feitas por organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, que Israel nega.

As autoridades de saúde de Gaza dizem que já morreram mais de 45 mil pessoas e receiam que muitas outras estejam soterradas debaixo dos escombros.

Em curso há 15 meses, a guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas a Israel, a 7 de Outubro de 2023, que causou 1200 mortos e cerca de 250 reféns, segundo as informações israelitas.

Washington, o maior aliado e fornecedor de armas de Israel, tem vindo a vetar sucessivamente as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre um cessar-fogo em Gaza.

O democrata Biden vai deixar o cargo no dia 20 de Janeiro, altura em que o Presidente eleito republicano Donald Trump lhe sucederá. Ambos são fortes apoiantes do Estado de Israel.

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