Rali Dakar: Começou a corrida “a sério”
Maria Luís Gameiro escreve sobre a sua experiência no Rali Dakar, que entrou no segundo dia. Uma preparação para o que vem aí: 1000km em 48h de prova.
Hoje já houve Dakar. Cumprimos 413 quilómetros e já com o peso do cronómetro nos ombros. Para terem uma ideia, a maioria das provas que fazem parte do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno dista, no total, menos do que esta primeira etapa de Dakar e, é sabido, aqui os pisos mudam a cada curva, a navegação é muito exigente. Em suma, o Dakar, não se compara a nada do que até agora fizemos.
O percurso deste sábado tinha muitas zonas de rocha em que rodei com alguns cuidados adicionais. O meu objetivo era trazer o carro “direitinho” até ao fim e não falhei.
Foi um dia muito duro. Arrancámos bem, mas depressa as coisas se complicaram. O carro ficou só com tração traseira e a partir daí qualquer pedaço de areia passou a ser um tormento. Atasquei várias vezes e com isso perdi imenso tempo. Apesar de exausta com tantos percalços, continuo animada! A posição final é tudo menos relevante. Estou em aprendizagem e a tentar aproveitar ao máximo cada momento.
Este domingo, contudo, vai doer mais! Percorrer quase 1000 quilómetros em competição, em dois dias, no deserto, é um enorme desafio para todos. Esta é uma tarefa hercúlea para todos, “rookies”, pilotos experientes, homens ou mulheres. Eu vou lá estar. Quero lá estar!
O Dakar ainda agora está a começar e esta etapa de 48 horas parece ser, afinal, não mais do que um aperitivo e pelo meio vamos, por exemplo, ter de acampar e comer ração “de combate” Na dúvida, e porque tenho grandes dúvidas sobre o que nos vai calhar na “marmita” desta etapa maratona, levo no carro uma série de “iguarias” que trouxe de Portugal do supermercado. Fiquei a saber que a oferta de produtos enlatados pronto-a-comer é enorme e variada. Posso estar de rastos, mas fome não vou ter!
Por outro lado, há cuidados que não podemos esquecer ao longo dos dois dias, nomeadamente no que toca ao carro. Não vamos ter assistência. Tudo o que houver para fazer, teremos que ser nós a resolver. Sem mecânicos ou ferramenta de peso. Isto vai ser outro desafio...
Muito se fala da importância dos navegadores, mas nesta prova eles têm um papel ainda mais relevante. Eu posso “gabar-me” de estar acompanhada por um dos melhores. O José Marques não vai ter vida fácil e nas próximas 48 horas vai ser ele o protagonista, dentro do carro e fora dele.
A autora escreve segundo o acordo ortográfico
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