Benfica perde e falha ataque à liderança
Sp. Braga impôs a primeira derrota caseira do Benfica no campeonato, a segunda consecutiva para os benfiquistas na prova.
O engodo era apetitoso. Depois do empate do Sporting em Guimarães e com o jogo do FC Porto adiado por causa do nevoeiro na Choupana, o Benfica defrontava o Sporting de Braga no Estádio da Luz com a hipótese de, em caso de triunfo, alcançar os “leões” no topo da classificação. Mas as coisas correram mal aos benfiquistas, que perderam por 2-1, por culpa própria e por mérito dos bracarenses.
O Benfica tinha a motivação ideal para esquecer a derrota em Alvalade na passada jornada, que lhe custou a perda da liderança. Cortesia do Sporting, que deixou pontos frente ao Vitória, na véspera. Só que os benfiquistas não mostraram capacidade para ultrapassar um Sp. Braga que se apresentou sempre muito organizado na Luz. Apesar de saberem que uma vitória os colocaria a par dos sportinguistas no topo da tabela, os “encarnados” foram pouco intensos no primeiro tempo e permissivos na defesa, chegando ao intervalo a perder por 2-0. E depois, tal como tinha sucedido em Alvalade, na jornada anterior, já foi tarde.
Os primeiros 45 minutos foram maus para o Benfica. Frente a um Sp. Braga que se apresentou com seis alterações no “onze” inicial face àquele que perdeu com o Casa Pia na ronda anterior, os “encarnados” iniciaram a partida tentando pressionar bem dentro do meio-campo adversário. Mas os bracarenses, que esta temporada até já demonstraram algumas deficiências quando o seu momento de construção é perturbado desta maneira, ontem mostraram-se seguros e capazes de se libertar dessa pressão.
Algumas arrancadas de Bruma e de Gabri Martínez foram deixando o Sp. Braga respirar, enquanto a defender a equipa de Carlos Carvalhal se mostrava muito compacta, com três linhas muito próximas. Isso tornava complicada a tarefa benfiquista de chegar com perigo perto da baliza à guarda de Matheus e foi preciso um contra-ataque para que o primeiro lance de golo tivesse surgido – Bah lançou Pavlidis que, à saída do guarda-redes bracarense, se desviou deste mas, já com pouco ângulo, rematou ao poste.
Navarro estreia-se com golo
Para além disso, pouco mais, e pior ficaram as coisas para os benfiquistas quando Tomás Araújo deu todo o espaço do mundo a Fran Navarro, com o espanhol emprestado pelo FC Porto ao Sp. Braga, a receber um bom passe de Victor Gómez e a marcar a sua estreia pelos “arsenalistas” com um excelente golo (17’).
O Benfica sentiu o golo e sucederam-se as perdas de bola. Akturkoglu destacava-se neste aspecto e Pavlidis revelava-se também pouco inspirado. Já o Sp. Braga ia aproveitando alguns destes erros benfiquistas para contra-atacar, destacando-se Bruma neste aspecto. E foi neste cenário que a partida se foi aproximando do intervalo, com o Benfica incapaz de criar perigo junto da baliza bracarense e os “arsenalistas” à procura de “serem felizes”. E foram mesmo, na sequência de um canto, quando Robson Bambú saltou sem oposição no “coração” da área benfiquista e aumentou a vantagem dos minhotos (41’).
O Benfica estava obrigado a fazer uma grande segunda parte se quisesse dar a volta ao marcador. E, de facto, a equipa de Bruno Lage melhorou. Até porque o treinador benfiquista fez entrar Arthur Cabral e passou a jogar com dois avançados no centro do ataque. Esta alteração táctica e um pouco mais de dinamismo, permitiram ao Benfica melhorar.
Bah, num remate de fora da área, obrigou Matheus à primeira defesa difícil na partida (51’), mas foi a única e, apesar da vontade, o Benfica continuou sem ser capaz de ultrapassar a defesa do Sp. Braga, que se "fechou" ainda mais. A excepção foi um remate de fora da área de Arthur Cabral, que surgiu já a 12 minutos dos 90, e que rendeu o único golo dos benfiquistas. Insuficiente para evitar a derrota, com os benfiquistas a, não só desaproveitarem a hipótese de alcançar o Sporting no topo da classificação, como a deixar escapar mais um ponto para os “leões”.