Morreu bombeiro de Odemira hospitalizado no São José após acidente

Bombeiro tinha 38 anos. Na sequência do acidente, resultaram mais três feridos graves, dois transportados para o Hospital de Portimão, o terceiro, levado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

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Morreu bombeiro hospitalizado na sequência de despiste de veículo de combate a incêndios no passado dia 1 de Janeiro Goncalo Dias / Publico
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O bombeiro da corporação de Odemira que se encontrava no Hospital de São José, em Lisboa, morreu hoje na sequência dos ferimentos provocados pelo despiste de um veículo de combate a incêndios, na quarta-feira, 1 de Janeiro, disse fonte da corporação.

“Confirmo que faleceu o bombeiro que se encontrava no Hospital de São José, em Lisboa. Recebemos a notícia no princípio desta manhã e julgamos que deve ter falecido no final da madrugada, ainda não sabemos mais pormenores”, indicou à agência Lusa o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Odemira, no distrito de Beja, António Camilo.

Também contactado pela Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Odemira, Luís Oliveira, confirmou o falecimento do bombeiro de 38 anos, que se encontrava internado com prognóstico reservado.

O bombeiro, residente na freguesia de São Luís, fazia parte da corporação de Odemira "há cerca de 20 anos" e integrava uma das Equipas de Intervenção Permanente (EIP) de Odemira.

No dia 1 de Janeiro, a EIP, composta por cinco elementos, foi chamada a intervir "numa queimada autorizada" em Saboia, no interior do concelho de Odemira, que "se descontrolou", explicou o presidente da associação humanitária.

"Tinham feito [o trabalho] e regressavam a casa" quando o veículo de combate a incêndios se despistou provocando ferimentos aos cinco bombeiros.

Deste acidente resultaram outros três feridos graves, um dos quais foi transportado para o Hospital de Santa Maria, também em Lisboa, enquanto os outros dois foram levados para o Hospital de Portimão.

Questionado pela Lusa, António Camilo precisou que o bombeiro que se encontra no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com "um hematoma na cabeça", continua a inspirar cuidados, apesar de, na quinta-feira se encontrar "relativamente melhor".

Um dos bombeiros transportado para o Hospital de Portimão "foi operado esta quinta-feira à tarde a uma fractura ao fémur" e o outro bombeiro, "com fracturas nos ossos da face", foi transportado para o Hospital de Faro, onde efectuou exames e acabou por ter alta "ao final da tarde" de quinta-feira.

Já o bombeiro que tinha sido transferido para o Hospital de Beja, com "um hematoma na cabeça e um corte profundo no couro cabeludo", também "veio ontem [esta quinta-feira] ao final da tarde para casa", acrescentou.

Num comunicado publicado hoje nas redes sociais, a Liga dos Bombeiros Portugueses já lamentou a morte do bombeiro de 38 anos da corporação de Odemira.

"Não obstante os cuidados médicos a que foi sujeito acabou por falecer hoje vítima da gravidade dos ferimentos. Os restantes quatro bombeiros vítimas do acidente com um VFCI, ocorrido no dia 1 de Janeiro, permanecem, um no hospital de Santa Maria, em Lisboa, dois no hospital de Portimão e o restante a convalescer em casa", lê-se na publicação.

Marcelo Rebelo de Sousa recorreu ao portal da Presidência da República para prestar condolências à família e ao Corpo de Bombeiros de Odemira. "O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa transmite a sua solidariedade e condolências à família enlutada, bem como ao Corpo de Bombeiros de Odemira e agradece a dedicação e espírito de missão demonstrada por todos os Soldados da Paz", pode ler-se no comunicado.

Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, recorreu à rede social X (antigo Twitter) para mostrar solidariedade com a família e com a corporação de bombeiros. "Recebi com profunda consternação a notícia da morte do bombeiro Dinis Conceição, que se encontrava ao serviço da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Odemira. Deixo as minhas condolências e solidariedade à família e a toda a corporação", escreveu.

O Ministério da Administração Interna enviou uma nota de pesar às redacções onde expressa "uma palavra de solidariedade e sentidos pêsames às famílias, amigos e colegas deste profissional que, pela sua dedicação, brio e entrega, pautou a sua curta vida em prol do próximo". No mesmo comunicado, é ainda deixada uma mensagem aos restantes envolvidos no acidente: "Neste momento de dor, o Ministério da Administração Interna endereça também votos de rápida recuperação aos outros quatro operacionais dos Bombeiros Voluntários de Odemira, os quais estiveram também envolvidos no acidente rodoviário de quarta-feira à noite".

Para o acidente foram mobilizados 39 operacionais apoiados por 16 veículos e um helicóptero, de diversas corporações de bombeiros, da GNR e do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Também a estrutura do Comando Sub-Regional de Emergência e Protecção Civil do Alentejo Litoral esteve no local.