Republicano Mike Johnson reeleito líder da Câmara dos Representantes

Republicanos conseguiram negociar com dois congressistas que inicialmente se opuseram à reeleição do actual líder.

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O líder da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Johnson, conseguiu a reeleição JIM LO SCALZO / EPA
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A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos reelegeu esta sexta-feira, 3 de Janeiro, o seu actual líder, Mike Johnson. A reeleição chegou a estar em risco, mas os republicanos conseguiram negociar com dois dos congressistas que inicialmente se opuseram à sua continuação no cargo, evitando um previsível impasse na câmara baixa do Congresso.

Bastavam apenas dois votos contra a reeleição de Mike Johnson para a deitar por terra na primeira ronda, tendo em conta a curta maioria republicana, que ocupa 219 lugares na Câmara dos Representantes — apenas mais quatro em relação aos democratas. Feitas as contas, Johnson precisava do apoio de 218 congressistas para conquistar a maioria dos votos.

Apesar do apoio declarado a Johnson pelo Presidente-eleito norte-americano, Donald Trump, foram três os congressistas republicanos que desafiaram a unidade do partido e, numa primeira ronda de votação, apontaram outros nomes para a liderança da Câmara dos Representantes. Thomas Massie, do Kentucky; Ralph Norman, da Carolina do Sul; e Keith Self, do Texas, foram os republicanos rebeldes.

Nesse cenário, com uns insuficientes 216 votos para Johnson, estavam abertas as portas para um impasse na eleição republicana para a câmara baixa do Congresso norte-americano, que seria lido como um possível sintoma da instabilidade vivida dentro do próprio partido, apesar da conquista da Casa Branca e de maiorias na Câmara dos Representantes e no Senado.

Mas a reviravolta chegou mais rápido do que seria de esperar. Face aos primeiros resultados, Mike Johnson chamou parte da ala mais conservadora da Câmara dos Representantes, incluindo dois dos congressistas que se opuseram à sua reeleição, para uma breve reunião à porta fechada e, em poucos minutos, concluiu as negociações.

No último momento, os republicanos Ralph Norman e Keith Self, que tinham deixado o plenário para dialogar com Johnson, alteraram o seu sentido de voto e apoiaram o congressista ultraconservador eleito pelo estado do Luisiana, garantindo o mínimo de 218 votos necessários para reeleger o líder.

Terminado o processo eleitoral, os congressistas eleitos tomaram posse e inauguraram o novo mandato, correspondente à 119.ª legislatura do Congresso norte-americano.

No discurso que se seguiu à eleição, Johnson destacou um dos principais temas da campanha republicana à Casa Branca, a imigração, garantindo que a Administração Trump irá defender as fronteiras dos Estados Unidos, deportar imigrantes em situação irregular e concluir a construção de muros na fronteira com o México.

Donald Trump partiu rapidamente para a sua rede social, a Truth Social, para saudar a reeleição de Mike Johnson, que considerou um "voto de confiança sem precedentes no Congresso". "O povo da América esperou quatro anos por bom senso, força e liderança", escreveu. "Vão tê-lo agora e a América será maior que nunca."

Segundo a imprensa norte-americana, não é claro, para já, que argumentos terão sido decisivos para conquistar os votos de Ralph Norman e Keith Self. Contudo, vários jornais avançaram que o Presidente-eleito terá contactado directamente os três congressistas dissidentes. Quanto a Thomas Massie, o terceiro crítico de Johnson, manteve o seu voto em Tom Emmer, republicano eleito pelo Minnesota.

Entretanto, do lado oposto da Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries foi reeleito por unanimidade para liderar a minoria democrata, com 215 votos.

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