Metro deixa cair operação provisória na Boavista e espera chegada de veículos em Abril

Empresa estudou aluguer de autocarros, mas o tempo de adaptação “ultrapassava o da chegada dos veículos definitivos”. Primeiras unidades devem chegar entre Janeiro e Fevereiro.

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Canal de metrobus continua à espera dos autocarros movidos a hidrogénio Nelson Garrido/arquivo
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O arranque provisório da operação do metrobus da Avenida da Boavista deixou de ser uma hipótese. Estando o canal da avenida portuense pronto há meses e faltando apenas a chegada dos veículos específicos para pôr o sistema a transportar passageiros, chegou a haver várias possibilidades em cima da mesa.

A Metro do Porto avaliou o aluguer temporário de veículos e a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) ensaiou a utilização do canal dedicado do metrobus pela linha 203, com autocarros que já detém. No entanto, nenhum destes cenários vai avançar.

Depois de um ensaio técnico realizado em Outubro, a STCP excluiu a hipótese por considerar que a solução é “insegura, ineficiente e comercialmente desvantajosa, comprometendo a integridade do serviço e a segurança dos passageiros”. Um dos problemas era a localização das estações de metrobus ao centro da via, o que obriga a que os veículos tenham portas à esquerda ou ao cruzamento de autocarros antes da paragem.

Agora, a Metro do Porto, responsável pela empreitada e contratação, responde ao PÚBLICO que mesmo o aluguer temporário de autocarros implicava a “adaptação de veículos”, um processo “cujo tempo de realização ultrapassava o da chegada dos veículos definitivos”.

Assim, a cidade terá de esperar pela chegada dos veículos montados com as especificações técnicas do sistema de metrobus para que comece a operação, que ficará a cargo da STCP.

A Metro do Porto refere que continua a trabalhar num “cenário de antecipação das entregas dos veículos definitivos, contratualmente previstas para Abril de 2025”. A empresa já tinha referido que estava a desenvolver esforços para que alguns dos veículos chegassem até ao final de 2024, mas tal acabou por não acontecer.

No entanto, a Metro do Porto avança que os dois primeiros veículos do metrobus do Porto “estarão disponíveis estarão disponíveis entre o final de Janeiro e o princípio de Fevereiro”.

Dois autocarros não são o suficiente para arrancar com a operação, mas poderão servir para testes e formação de motoristas. A estes passos acresce a instalação de equipamentos e homologação dos autocarros pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes. A Metro do Porto estima que estes processos decorram “nos dois primeiros meses após a entrega dos primeiros veículos”.

Há ainda outros passos a dar para que esta fase do metrobus, que vai ligar a Casa da Música à Praça do Império, através de um canal dedicado de autocarros movidos a hidrogénio, possa entrar em funcionamento.

A Metro do Porto procedeu à recepção provisória do canal de metrobus, mas este ainda não passou para o município, tal como estava estipulado.

Deverá acontecer quando for assinado o memorando de entendimento entre o Estado português, a CMP, a STCP e a Metro do Porto.

O município tinha apontado críticas ao documento, o que levou ao adiamento da sua assinatura. A CMP detalhou pontos que considera "fundamentais para a concretização do protocolo" e aguarda uma resposta formal do Ministério da Infra-Estruturas e Habitação. A Metro do Porto diz que o memorando “está a ser finalizado entre as partes”.

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Segunda fase em stand-by

Terminada que está a primeira fase da empreitada da Avenida da Boavista, falta instalar a segunda parte do troço, entre a Avenida Marechal Gomes da Costa e a rotunda da Anémona, no Sul de Matosinhos. Esta intervenção, à semelhança da primeira, conta com o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em Agosto, a agência Lusa noticiou que a empresa ABB tinha dado entrada com uma acção administrativa urgente para suspender o concurso público para construir o restante canal de metrobus, que havia sido ganho pela DST.

Questionada pelo PÚBLICO, o gabinete de comunicação da Metro do Porto refere que, até esta data, se mantém “a acção judicial e o efeito suspensivo da mesma, impossibilitando a assinatura do contrato e da consignação da empreitada à empresa DST”.

Esse efeito será levantado caso haja uma decisão favorável à empresa pública, mas depois o Tribunal de Contas ainda terá de validar o contrato.

Por causa deste atraso no processo, a Metro do Porto pediu à estrutura de missão do PRR um adiamento do prazo-limite para a conclusão da segunda fase (de 31 de Dezembro de 2024 para 31 de Dezembro de 2025). Ainda aguarda a formalização dessa aceitação.

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