Subsídio de Natal coloca depósitos acima de 190 mil milhões em Novembro
Aumento de 2,3 mil milhões de euros dos depósitos é explicado, em boa parte, pelo pagamento do subsídio de Natal. Empréstimos a particulares também cresceram.
O stock de depósitos cresceu em Novembro pelo terceiro mês consecutivo, para 191,7 mil milhões de euros, mais 2361 milhões do que em Outubro. A maior contribuição para este aumento veio do crescimento de 1730 milhões de euros das responsabilidades à vista (essencialmente depósitos à ordem), o que se explica pelo pagamento dos subsídios de Natal.
De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), os depósitos a prazo aumentaram 632 milhões de euros no penúltimo mês do ano.
Comparativamente a Novembro de 2023, o stock de depósitos de particulares cresceu 7,8%, ligeiramente abaixo dos 8,3% verificados em Outubro, naquele que foi o maior crescimento homólogo dos últimos 44 meses.
Em ritmo de crescimento continuaram também os empréstimos às famílias, nas finalidades de habitação, consumo e outros fins.
O stock de empréstimos para habitação aumentou 493 milhões de euros relativamente a Outubro, totalizando 101,9 mil milhões no final de Novembro, um crescimento homólogo de 2,8%, “mantendo a trajectória de aceleração pelo décimo mês consecutivo”, destaca o BdP. A descida das taxas Euribor ajuda a explicar o crescimento deste crédito, a par de outros factores como a pressão de compra de habitação por estrangeiros e o valor elevado das rendas que, em muitos casos, ficam acima das prestações dos empréstimos.
Nos empréstimos ao consumo e outros fins, o crescimento foi de 110 milhões de euros relativamente ao mês anterior, para um total de 30,2 mil milhões, mais 6,2% em relação ao período homólogo. Este crédito está em aceleração há 14 meses consecutivos, refere a entidade liderada por Mário Centeno.
Contudo, o crescimento da finalidade consumo desacelerou ligeiramente face ao mês anterior, apresentando uma taxa de variação anual de 7,1% (7,2% em Outubro), enquanto os empréstimos para outros fins voltaram a registar o maior crescimento anual desde Outubro de 2008 (4,6%).
O stock de empréstimos para crédito pessoal totalizava 12,6 mil milhões de euros, mais 66 milhões do que em Outubro, correspondendo a um crescimento de 7,4% relativamente ao mês homólogo. O crédito automóvel fixou-se em 8,3 mil milhões de euros, mais 56 milhões do que em Outubro, e apresentou uma taxa de variação anual de 9,5%, ao passo que os cartões de crédito se mantiveram em 3,1 mil milhões de euros e registaram uma taxa de variação anual de 7,5% (8,9% em Outubro). Os restantes 6,2 milhões são relativos a créditos para outras finalidades.