Suspeito de violência doméstica, futebolista Ruben Semedo fica em liberdade
Ao contrário do que pedia o Ministério Público, não lhe foi apreendido o passaporte, tendo apenas ficado proibido de se aproximar da companheira, contra a qual também deverá apresentar queixa.
Acusado pela companheira de violência doméstica, o futebolista internacional português Ruben Semedo ficou em liberdade depois de uma noite sob detenção na esquadra de Moscavide. Ao contrário do que pedia o Ministério Público, não lhe foi apreendido o passaporte, tendo apenas ficado proibido de se aproximar da mulher, contra a qual também deverá agora apresentar queixa por agressões.
No comunicado em que anunciou a sua detenção, embora sem mencionar de quem se tratava, a PSP explicava que a vítima recebeu tratamento hospitalar, uma vez que “apresentava vários hematomas visíveis”, tendo sido “accionados os meios de emergência” para acudir à mulher.
Ruben Semedo, que neste momento reside no Qatar, onde joga para o Al Khor, foi detido fora de flagrante delito na sua casa de Santa Iria da Azóia, na madrugada do passado dia 29. Mas, segundo fonte próxima do jogador, tudo terá começado num restaurante da Amadora onde a sua companheira o terá encontrado a jantar com outra mulher, o que terá dado origem a agressões mútuas.
Ainda segundo a PSP, a mulher terá ficado a seguir retida na residência de Santa Iria da Azóia durante algumas horas, até conseguir deslocar-se a uma esquadra para apresentar queixa contra o jogador – incluindo por sequestro.
Não é a primeira vez que Ruben Semedo, que passou por clubes como Sporting, Villarreal, FC Porto, Rio Ave ou Olympiacos, se vê envolvido em episódios de violência. Em 2018 foi condenado a uma pena suspensa de cinco anos em Espanha por ter ameaçado de morte, agredido e sequestrado um homem, quando jogava naquele país.
A vítima, à qual foi condenado a pagar 46 mil euros, seria intermediária num negócio de venda de um carro no qual o jogador perdeu cinco mil euros. Então com 23 anos, Ruben Semedo e os amigos ter-lhe-ão apontado uma arma e ameaçado que lhe cortavam um dedo, soltando-o a seguir. O jogador ficou cinco meses em prisão preventiva antes de ser sentenciado e ficado impedido de voltar a Espanha durante cinco anos.
Antes deste episódio já tinha sido detido duas vezes naquele país por incidentes à saída de uma discoteca, quando o jogador estava de baixa por lesão. Mais tarde, já a jogar na Grécia, surgiram outras suspeitas, das quais viria porém a ser ilibado, de violação de uma jovem de 17 anos e também de violência doméstica. "É tudo sobre dinheiro. Se eu não fosse futebolista nada disto estaria a acontecer”, afirmou em 2021 em Atenas, à saída do tribunal.
Com viagem de regresso ao Qatar marcada para ontem, o jogador deverá agora voltar àquele país. O processo foi colocado em segredo de justiça.