Milo Rau: “A esquerda deixou de ser inclusiva. O ‘wokismo’ foi sectário e ainda é”
Do Festival de Viena, que dirige há um ano, o encenador suíço vê o futuro sombrio em que a União Europeia morreu. Mas o manifesto que lançou também é uma autocrítica: é preciso dialogar com o inimigo.
Nasceu no país da neutralidade, a Suíça, mas foi como marxista assumido, e com um passado que cruza a sociologia e o jornalismo, que se construiu como um dos mais poderosos encenadores — e influenciadores — da paisagem teatral europeia. Chegado à direcção artística do Wiener Festwochen (Festival de Viena), Milo Rau entendeu fazer dele um lugar de questionamento dos dilemas que hoje se colocam ao Estado de direito e, por conseguinte, ao projecto da União Europeia (UE), num contexto em que vários países vizinhos (Hungria, Eslováquia...) estão no limiar da deriva autocrática, ou mesmo já para lá dela, e outros, como a Alemanha, vêem agigantar-se fantasmas de fascismos passados.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.