Secretário-geral da ONU pede que as nações se unam em 2025 “para um novo começo”

Num contexto de “colapso climático em tempo real”, António Guterres aponta várias fontes de esperança numa mensagem de Ano Novo que pede a união dos povos.

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António Guterres anunciou que os últimos dez anos, incluindo 2024, foram os dez mais quentes desde que há registos Pedro Nunes/REUTERS
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu, num vídeo divulgado nesta segunda-feira, que as nações se unam. “Juntos, podemos fazer de 2025 um novo começo, não como um mundo dividido, mas sim enquanto nações unidas”, disse António Guterres, no seu discurso de Ano Novo, em Nova Iorque, num contexto de desigualdades, guerras e “colapso climático”.

“Ao longo de 2024, tem sido difícil encontrar a esperança. As guerras estão a causar uma dor enorme, sofrimento e deslocados. As desigualdades e as divisões abundam, alimentando tensões e desconfiança, e hoje posso comunicar oficialmente que acabámos de atravessar uma década de calor mortal”, anuncia. “Os dez anos mais quentes registados ocorreram nos últimos dez anos, incluindo 2024. Isto é o colapso climático em tempo real.”

Tudo aponta para que 2024 seja o mais quente, ultrapassando 2023 e, muito provavelmente, com a temperatura média à superfície a ultrapassar pela primeira vez, desde que há registos, os 1,5 graus Celsius acima da temperatura média pré-industrial.

No entanto, apesar dos muitos problemas que atravessam a humanidade, o secretário-geral identifica a esperança em vários movimentos e acontecimentos no mundo. “Vejo esperança em activistas, jovens e idosos, que levantam a voz pelo progresso. Vejo esperança nos heróis humanitários que ultrapassam enormes obstáculos para apoiar as pessoas mais vulneráveis. Vejo esperança em países em desenvolvimento que estão a lutar pela justiça climática e financeira. Vejo esperança nos cientistas e em agentes de inovação que abrem novos caminhos para a humanidade”, enumera o responsável, que nos últimos anos tem feito diversos discursos a avisar para o caminho perigoso que a humanidade está a fazer.

Guterres não se esqueceu de apontar para os resultados da cimeira que convocou este ano para obter um Pacto para o Futuro. “Encontrei esperança em Setembro, quando líderes mundiais se reuniram para adoptaram o Pacto para o Futuro”, recorda. O objectivo da cimeira foi de “revigorar e restaurar a confiança no multilateralismo”, disse na altura, e promover respostas coordenadas aos vários problemas globais, desde o nuclear até ao desenvolvimento sustentável. O documento votado teve uma aprovação pela grande maioria dos países, mas houve 15 abstenções e sete votos contra.

Resta saber se aqueles focos de esperança identificados pelo secretário-geral das Nações Unidas irão florescer no ano que está prestes a começar.