Câmara de Lisboa reforça circuitos de recolha de lixo para mitigar efeitos da greve

Trabalhadores da higiene urbana do município estão desde quarta-feira e até 2 de Janeiro em greve ao trabalho extraordinário.

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Efeitos do primeiro dia da greve convocada pelos sindicatos dos trabalhadores da administração local e do município de Lisboa Rui Gaudêncio
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A Câmara de Lisboa tem este domingo, 29 de Dezembro, excepcionalmente, cerca de 70 trabalhadores a efectuar 24 serviços de recolha de lixo, para mitigar os efeitos da greve, anunciou o sector de higiene urbana.

"Dos oito serviços [de recolha de lixo] que estavam previstos realizar hoje, o sector está a realizar 24", disse à agência Lusa o director de higiene urbana do município de Lisboa, Pedro Moutinho, estimando que estejam "entre 60 a 70 trabalhadores" ao serviço na cidade.

O serviço de recolha de resíduos na cidade de Lisboa está organizado de segunda a sexta-feira, funcionando ao sábado com recurso a trabalho extraordinário e ao domingo apenas com recolha excepcional.

Para este domingo estavam previstos, por exemplo, "serviços de apoio à feira das Galinheiras e do Relógio e alguns subterrâneos que estão permanentemente com muita carga de resíduos". Porém, explicou Pedro Moutinho, a "autarquia está a conseguir ter mais equipas na rua, o que é óptimo, porque vai permitir aliviar e mitigar algumas situações mais pesadas, em algumas ruas, dado o acumulo, devido à greve".

O mesmo responsável esclareceu ainda que durante esta noite "os serviços mínimos previstos eram 46, mas estiveram a funcionar 64 circuitos", acrescentando que "a adesão à greve esteve abaixo dos 50%".

Os trabalhadores da higiene urbana do município estão desde quarta-feira e até 2 de Janeiro em greve ao trabalho extraordinário, sendo que na quinta e na sexta-feira cumpriram uma paralisação total.

"O pior cenário não aconteceu", mas, admitiu o director do serviço, a cidade continua a acumular resíduos e os serviços "estão a fazer um grande esforço para, todos os dias, com a ajuda das juntas de freguesia e da população, ter uma cidade menos suja".

À agência Lusa, Pedro Moutinho ressalvou que tal se deve também ao facto de a população ter "aderido aos apelos para não depositar muito cartão, embalagens e vidro", admitindo que "os próximos dias até à passagem de ano serão dias difíceis".

Na cidade onde são recolhidas diariamente 900 toneladas de lixo, "não haverá recolha na véspera da passagem do ano, nem no dia 1, o que, a juntar aos resíduos em caixotes e contentores que ainda não foram recolhidos, faz destas datas os pontos críticos", disse.

Os serviços mínimos voltarão a funcionar na madrugada de dia 2 de Janeiro e a autarquia mantém o apelo à população para evitar depositar na rua os resíduos recicláveis.

Pedro Moutinho admitiu que os impactos da greve sejam ainda visíveis até ao dia 3 de Janeiro e que a normalidade seja reposta a partir do dia 4.

A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local ( STAL) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que justificam o protesto com a ausência de respostas da Câmara Municipal aos problemas que afectam o sector, em particular ao cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

A Câmara de Lisboa assegura que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido.

Este sábado, o presidente do STML, Nuno Almeida, disse à agência Lusa desconhecer os dados da adesão à greve durante o fim-de-semana por se tratar de trabalho extraordinário.

Para o Ano Novo está prevista greve ao trabalho normal e suplementar no período nocturno, entre as 22h do dia 1 e as 6h do dia 2 de Janeiro.