O primeiro golo de Pedro Pereira foi curto para salvar o Monza

Último classificado da Série A viveu um jogo caricato em Parma, com expulsão e três golos anulados. Lateral português saiu do banco para ainda alimentar esperança.

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ELISABETTA BARACCHI / EPA
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A carreira desportiva de Pedro Pereira tem sido feita, essencialmente, de viagens entre Portugal e Itália. Completou quase toda a formação no Benfica antes de rumar à Sampdoria, em 2015, voltando ao Estádio da Luz uma época mais tarde apenas para regressar à Série A, com as cores do Génova. Ainda se seguiu uma etapa no Crotone até se afirmar no Monza. E foi precisamente pelo clube da Lombardia que apontou o primeiro golo de sempre na Liga italiana.

Pedro Pereira tem hoje 26 anos e um currículo já de algum respeito construído fora de portas. Ainda jovem, na primeira aventura, na Sampdoria, começou de forma algo tímida, mas desde então que tem marcado posição: 27 jogos no Génova em 2018-19, 36 no Crotone em 2020-21, 35 no Monza na época seguinte, a que se juntam 23 na temporada passada e 19 na actual. Pelo meio, coleccionou ainda 22 em Inglaterra, no Bristol City (2019-20), e 28 na Turquia, ao serviço do Alanyaspor (2022-23), em ambos os casos com o estatuto de emprestado.

Na pele de lateral direito (e sem um perfil especialmente ofensivo), é natural que os golos não sejam a sua praia. Ao longo de todo este trajecto, tinha marcado apenas dois, ambos pelo Bristol, ainda que as assistências se aproximem das duas dezenas. Números afectados pelo facto de não ter conseguido impor-se no Benfica, clube que, entre todos os que representou, era o que reunia mais condições para explorar o momento de ataque posicional e ocupar essencialmente o último terço — logo, tornando mais próxima a relação com a baliza adversária.

Nessa temporada de regresso a Lisboa, em 2016-17, acabou por ser utilizado apenas num jogo — o último do campeonato, diante do Boavista (2-2) —, algo que se explica pela forte concorrência que tinha no plantel, com Nelson Semedo e André Almeida à sua frente na hierarquia.

Mas este lateral natural de Vendas Novas, e cliente habitual das selecções jovens (dos Sub16 aos Sub21), não baixou os braços nesse momento cinzento. Voltou a emigrar e tem conseguido agarrar o lugar. Nesta época, só não foi titular em cinco ocasiões pelo Monza, uma delas no embate deste sábado com o Parma, que terminou numa derrota por 2-1. Foi lançado aos 84’ e, três minutos depois, assinou o golo que então valia o empate ao último classificado do campeonato.

Curiosamente, finalizou no poste contrário ao seu habitat habitual. Aproveitou um cruzamento da direita para explorar as costas do lateral adversário e concluir ao segundo poste, já na pequena área. 167 jogos depois, marcava em Itália.

Só que esse momento não chegou para que o Monza evitasse a 10.ª derrota na Série A, afundando-se ainda mais no último lugar. Isto depois de ter sofrido o 2-1 aos 90+8’, num jogo em que o experiente central Pablo Mari foi expulso (54’) e em que a equipa visitante viu nada menos do que três golos serem anulados em menos de uma hora — por posição irregular e com ajuda do VAR. Tem faltado competência colectiva, claro, mas também uma ponta de sorte.

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