Polícia Judiciária anuncia recuperação de nove obras de arte de João Rendeiro

As obras foram encontradas em Londres e foram repatriadas em Dezembro.

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Neste processo encontram-se já arrestados ou apreendidos bens e valores no montante de cerca de 70 milhões euros Daniel Rocha (arquivo)
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A Polícia Judiciária anunciou a recuperação de nove obras de arte da colecção do falecido banqueiro João Rendeiro. "Em estreita articulação com o Ministério Público-DCIAP, no âmbito do processo em que João Rendeiro estava condenado da prática de crimes de branqueamento, conseguiu já recuperar até ao dia de ontem cerca de nove obras de arte que se encontravam descaminhadas", lê-se no comunicado.

O processo D’Arte Asas surgiu em Outubro de 2021, após a PJ ter descoberto numa diligência que tinham desaparecido da residência dos Rendeiros várias obras de arte apreendidas.

Maria de Jesus Rendeiro foi constituída arguida pelos alegados crimes de descaminho (destruição ou subtracção ao poder público), desobediência, branqueamento de capitais e falsificação de documento relativamente a obras de arte da colecção de João Rendeiro. Na investigação é ainda visada a família Florêncio de Almeida, do presidente da ANTRAL — (Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros), por uma série de negócios imobiliários com o casal Rendeiro.

Segundo a PJ, "em Outubro de 2021, na sequência da fuga de João Rendeiro, e da notícia do descaminho de diversas obras de arte, no âmbito do processo no qual este estava condenado, a Polícia Judiciária encetou diligências, tendo em vista a localização e recuperação do produto do crime, tendo sido igualmente aberto inquérito no DCIAP contra João Rendeiro, Maria de Jesus Rendeiro, Florêncio Plácido Correia de Almeida e outras pessoas".

"No âmbito dessas diligências, que envolveram, além do mais, a expedição de pedidos de cooperação judiciária internacional ao Reino Unido, EUA, França, Espanha, África do Sul, Suíça e Bélgica, foi conseguida a recuperação dos seguintes bens e valores: em Dezembro de 2024, foram repatriadas as seguintes obras de arte, que se encontravam em Londres: Quadro sem Título, do artista Robert Longo, ilicitamente vendido em Março de 2021 por 91.567,80 euros; um banco em mármore branco intitulado Selections from Truisms: A Lot of Professional, da artista Jenny Holzer, adquirido em 2007 pelo valor de 132 mil libras; e um banco em mármore preto intitulado Nothing Will Stop You, da artista Jenny Holzer, adquirido em 2007 por 133 mil dólares."

De acordo com a PJ, em Setembro de 2024, já havia sido recuperado o quadro Rzochow, do artista Frank Stella, ilicitamente vendido em Outubro de 2021 por 68.750 dólares, e que se encontrava em Nova Iorque.

Além das obras de arte referidas, em Janeiro de 2022 foi repatriado o quadro Piaski, do artista plástico Frank Stella, que tinha sido ilicitamente vendido em Março de 2021 por 106.250 dólares e se encontrava na Bélgica.

A PJ indicou ainda que, no decurso da investigação, além de outros bens móveis, foram arrestados ou apreendidos os seguintes bens, que estavam na posse de Maria de Jesus Rendeiro e João Rendeiro: um apartamento na Quinta Patino, adquirido em 2018 por 1,1 milhões de euros; um veículo Mercedes no valor de cerca de 50 mil euros; saldos bancários de contas abertas em Portugal no valor de 14 mil euros; saldos bancários de contas abertas no estrangeiro no valor de cerca de 500 mil euros.

Além disso, encontram-se já arrestados ou apreendidos bens e valores no montante de cerca de 70 milhões euros, sendo que as investigações ainda prosseguem.

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