Gouveia e Melo condecorado, Marcelo sublinha “toque pessoal” na chefia da Armada

O almirante terminou esta sexta-feira o mandato como chefe do Estado-Maior da Armada e passou à reserva.

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Presidente da República condecorou o chefe do Estado-Maior da Armada cessante, almirante Henrique Gouveia e Melo, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo TIAGO PETINGA / LUSA
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O Presidente da República condecorou o almirante Henrique Gouveia e Melo com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. No dia em que Gouveia e Melo passa oficialmente para a reserva - ficando livre para uma eventual candidatura a Belém - Marcelo Rebelo de Sousa destacou o "toque pessoal" do agora ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) no exercício de funções e lembrou as "circunstâncias" que marcaram o seu percurso. Antes disso, o chefe de Estado empossou Jorge Nobre de Sousa como novo CEMA.

Numa cerimónia no Palácio de Belém, que contou com a presença dos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, Paulo Rangel e Nuno Melo, o Presidente da República condecorou o agora ex-CEMA e destacou o “toque pessoal” de Gouveia e Melo no exercício das funções.

Lembrando que a Grã-Cruz da Ordem de Cristo é “destinada a altos cargos do Estado”, o Presidente da República argumentou que, “no caso vertente”, a condecoração “ultrapassa o mero pró-forma”.

"Trata-se de reconhecer o mérito no exercício de funções da parte do almirante Henrique Gouveia e Melo, enquanto chefe de Estado-Maior da Armada. E essa prática, largamente tributária das experiências dos seus antecessores, mas com um toque pessoal muito específico, beneficiou da sua carreira, mas definiu-se de forma singular no exercício da função", salientou.

"Mas para sermos justos, como dizia um clássico, todas as personalidades, todas as pessoas são elas próprias e a sua circunstância. E para se compreender o desempenho que foi o seu, tem de se compreender a circunstância", sublinhou o Presidente da República.

Por um lado, Henrique Gouveia e Melo vem do "domínio" particular dos submarinos, por outro foi porta-voz da Marinha, o que lhe permitiu um “contacto privilegiado com a sociedade civil” e uma maior “compreensão do fenómeno mediático”, vincou o Presidente da República, referindo ainda o papel de Gouveia e Melo durante a pandemia e durante os incêndios de 2017 em Pedrógão Grande, quando a Marinha enviou um destacamento para auxiliar as populações.

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou ainda os “contactos internacionais” estabelecidos pelo almirante, a “exploração de novas vertentes”, a atenção dada aos sistemas não tripulados (drones) e o esforço para estabelecer uma ligação ao sector privado.

Henrique Gouveia e Melo - que se escusou a falar à comunicação social no final da cerimónia em Belém - terminou esta sexta-feira o mandato que iniciou em 2021, como chefe do Estado-Maior da Armada, passando agora à reserva. “Continuar no activo retira-me alguma liberdade nos meus direitos cívicos e, portanto, não vejo necessidade de continuar no activo”, justificou, em declarações à Rádio Renascença, a 16 de Dezembro.

O almirante ainda não desfez o tabu sobre se irá ou não concorrer às eleições presidenciais de 2026, mas tem surgido sistematicamente entre os favoritos nas sondagens para a sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa.

Antes da condecoração de Henrique Gouveia e Melo, o Presidente da República deu posse ao almirante Jorge Nobre de Sousa, novo chefe do Estado-Maior da Armada, numa cerimónia que não durou mais do que dois minutos.

Na tomada de posse de Jorge Nobre de Sousa estiveram presentes os ministros Paulo Rangel e Nuno Melo, o primeiro-ministro Luís Montenegro, o almirante Gouveia e Melo, bem como o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, José Nunes da Fonseca.

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