Pelo menos 69 migrantes mortos após naufrágio de barco em Marrocos
Apenas 11 pessoas sobreviveram ao naufrágio. Segundo a Caminando Fronteras, prevê-se que 2024 termine com 10.457 vítimas mortais na fronteira marítima ocidental euro-africana.
Pelo menos 69 pessoas morreram, incluindo 25 cidadãos do Mali, depois de um barco que se dirigia da África Ocidental para Espanha ter naufragado ao largo de Marrocos a 19 de Dezembro, informaram as autoridades do Mali. O barco improvisado transportava cerca de 80 pessoas quando se afundou.
Apenas 11 pessoas sobreviveram, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Mali num comunicado nesta quinta-feira, 26 de Dezembro, após ter recolhido informações para reconstituir o incidente. Foi criada uma unidade de crise para acompanhar a situação, que comunicará quaisquer novas informações, acrescentou.
A rota migratória atlântica entre a costa da África Ocidental e as ilhas Canárias, normalmente utilizada por migrantes africanos que tentam chegar a Espanha, registou um aumento em 2024. Anos de conflito na região do Sahel, que inclui o Mali, o desemprego e o impacto das alterações climáticas nas comunidades agrícolas são algumas das razões que levam as pessoas a tentar a travessia. A rota, que atravessa as costas atlânticas da Mauritânia e de Marrocos até Espanha, é uma das mais mortíferas do mundo.
Quase 5000 migrantes, um número sem precedentes, morreram no mar nos primeiros cinco meses de 2024 a tentar chegar ao arquipélago espanhol, disse a organização de direitos humanos Caminando Fronteras em Junho. A mesma organização estima que o ano de 2024 termine com um total de 10.457 vítimas mortais na fronteira marítima ocidental euro-africana. "O nosso relatório Direito à Vida documenta o período mais mortal alguma vez registado, com números devastadores com uma média de 30 mortes por dia", refere a Caminando Fronteras no relatório.
Entre as causas assinaladas pelo aumento do número de naufrágios, segundo a organização, está a priorização do controlo migratório em detrimento do direito à vida, a omissão do dever de ajudar e a criminalização de organizações sociais, por exemplo.