Não é emblema que tenha novidades a estrear todos os dias, mas cada inovação é sempre tratada com um carinho especial, ou não fosse a Abarth uma marca de nicho. Para o ano, entra no alinhamento o 600 Scorpionissima, que, tendo por base o Fiat 600, promete ser o mais potente de sempre da espevitada gama: são 280cv num automóvel de pouco mais do que tonelada e meia. Como resultado, acelera de 0 a 100 km/h em 5,9s, atingindo os 200 km/h.
Com potência a rodos também se apresentarão as novidades da Alfa Romeo, nomeadamente com os novos Stelvio e Tonale, que serão duas das estrelas do Salão de Bruxelas, já no arranque do ano.
Outra marca que tem um público muito próprio é a Alpine, que, em 2025, dá um salto de gigante, do hot hatch A290, que já conduzimos, para o A390, um SUV coupé com muito de fastback, 100% eléctrico, que se apresenta com credenciais para enfrentar o Porsche Macan.
Ano intenso para a marca de Ingolstadt, mas a novidade mais relevante será o Audi A7, Avant e Limousine, uma berlina de luxo de tamanho médio e de silhueta elegante, ainda que com toques desportivos, que substitui o A6, que passou, na nova lógica, a ser somente eléctrico. Já do A7 não haverá qualquer variante eléctrica, sendo expectável uma gama de opções de motores a gasolina e híbridos plug-in (e o Diesel não está descartado). Mais para a frente é de esperar um RS7 — se com um V6 ou um V8, ainda não se sabe.
Na BMW (e na Mini), dizem à Fugas, o ano vai ser calmo em lançamentos, mas, ainda que reservada para os últimos dias de 2025, há uma novidade importante: o Neue Klasse, um eléctrico a prometer os mil (!) quilómetros de autonomia e que virá marcar uma revolução no design dos automóveis alemães, se mantiver os traços apresentados com o concept, em 2023, em Munique.
Já a BYD, que se estreou em Portugal há ano e meio, tem uma série de novidades, do Dolphin Mini ao Sealion 7, que já apresentou, não esquecendo o Atto 2, um SUV compacto com tracção dianteira e uma potência máxima de 175cv, assente numa bateria de 42,4 kWh, que irá digladiar-se mais na guerra de preços do que de autonomias.
A francesa Citroën, que acaba 2024 em cheio com o lançamento do C3, que inclui variante eléctrica, tem em 2025 um ano cheio, com a chegada da versão mais barata do eléctrico (o ë-C3 200), mas também com as novas gerações do C3 Aircross e C5 Aircross. Noutro campeonato, é de destacar a chegada de uma nova geração do pequeníssimo Ami.
A Dacia apresenta o maior modelo de sempre na sua gama, com o Bigster, um SUV do segmento C, projectado para se apresentar com elevada funcionalidade e espaço para acomodar cinco passageiros à vontade — e a mala, que arruma 667 litros, pode até transformar-se numa cama. Haverá motorizações a gasolina, gasolina/GPL e gasolina/electricidade. O preço, espera-se, manterá a política da marca romena.
Na DS, é de esperar a variante eléctrica do compacto DS4, mas as atenções deverão concentrar-se no DS Nº8, SUV coupé 100% eléctrico, com uma autonomia de 750 quilómetros, muito graças a um coeficiente aerodinâmico de apenas 0,24. De resto, é um automóvel que repensou o luxo e abre caminho a uma nova vida para a marca. Com uma potência de até 350cv e com duas ou quatro rodas motrizes, o N°8 deverá chegar a meio do ano.
A Fiat tem razões para celebrar com a chegada do Fiat Grande Panda, em variantes eléctrica e híbrida, e uma nova aposta híbrida no icónico 500, modelo que tem sofrido alguns reveses — a produção do Fiat 500 encontra-se interrompida desde 2 de Dezembro e só deverá ser retomada a partir de 5 de Janeiro.
Na Jeep, o lançamento mais aguardado é o do Compass, “o modelo mais global da marca”, que chega construído sobre a plataforma STLA Medium e disponível numa variedade de opções de propulsão, desde a totalmente eléctrica até à híbrida, passando ainda pela combustão interna.
Entre restylings e lançamentos de versões apuradas, a Kia prevê lançar dois modelos que prometem ganhar relevância: o EV4, provavelmente só no fim do ano, um crossover que mistura códigos de sedan e um hatchback, e o EV5, SUV eléctrico com três declinações: base, longa autonomia e longa autonomia AWD. O modelo de entrada de gama virá com uma bateria de 58 kWh e um motor dianteiro de 160 kW. O EV5 estará também disponível numa versão GT.
O Prelude deixou-se ver, ainda por terminar, no Festival de Velocidade de Goodwood deste ano, e está confirmado que a Honda vai mesmo recuperar o coupé desportivo nipónico. Com um capot baixo e prolongado, e faróis integrados na grelha, o futuro Prelude pretende cativar pelo estilo desportivo, também patente na linha de silhueta, de cintura baixa, a desenhar uma quebra a partir da linha do pilar A, que se remata com um spoiler traseiro a exercer força descendente, para colar o automóvel ao asfalto. Ainda não se conhecem as especificações técnicas.
Já a Hyundai avança com o novo Inster, “um pequeno e acessível eléctrico”, que deverá apresentar-se por um preço abaixo dos 25 mil euros, mas também o enorme Ioniq 9 (no tamanho e previsivelmente no preço), com seis ou sete lugares e 100% eléctrico. Construído sobre a plataforma E-GMP, o estilo exterior é arrojado e futurista, sendo possível configurar o modelo com diferentes unidades de tracção: tudo dependerá de quanto potência se quer e quanto se está disposto a pagar. E quem está mesmo à procura de mais potência é de se ficar atento ao novo Ioniq 6 N.
É a electricidade que também parece mover a Mazda: a marca de Hiroshima deverá trazer, ao longo de 2025, o EZ-6, cujas encomendas já abriram no Japão. A berlina, 100% eléctrica e produzida na China, é vista como uma sucessora do Mazda6.
A Mercedes-Benz tem previsto o lançamento, para já, do CLA, que será apenas eléctrico ou com mecânicas de hibridização suave, com a estreia de um novo motor a gasolina, que é anunciado como muito eficiente. A estrear a nova plataforma MMA (Mercedes Modular Architecture) e com uma arquitetura eléctrica de 800 volts, as versões eléctricas do CLA (de tracção traseira ou integral) vão admitir carregamentos a potências superiores a 300 kW, o que na prática significa que se pode recuperar cerca de 300 quilómetros em dez minutos.
O Mitsubishi Outlander, SUV que foi pioneiro com o sistema de hibridização de ligar à corrente, chega renovado. Nesta que é a quarta geração, promete até 87 quilómetros de autonomia em modo 100% eléctrico e uma robustez à prova dos caminhos mais agrestes.
A Nissan, que, soube-se nos últimos dias, juntou esforços à Honda, tem anunciado um novo Leaf, o eléctrico que democratizou este tipo de energia há mais de uma década, e recupera o Micra, que será também 100% eléctrico.
A maior novidade na Peugeot também está relacionada com a electricidade, mas não se trata de um modelo novo, antes de baterias novas, a prometerem autonomias de 700 e 668 quilómetros para o 3008 e 5008, respectivamente.
A Polestar tem na manga o 5, já descrito como rival do Porsche Taycan, que se estreou, em finais de 2023 no Salão de Los Angeles e deverá chegar ao mercado depois do Verão. De linhas aguerridas e personalidade vincada, cujo design beneficia da ausência do óculo traseiro (tal como no 4, a visibilidade traseira é garantida por um retrovisor transformado em ecrã). Do que se sabe para já, o 5, que assenta numa nova plataforma, conta com dois motores, um para cada eixo, e desenvolve mais de 880cv, e foi desenvolvido para um sistema eléctrico de 800 volts, que permite carregamentos mais rápidos e garante menores perdas de energia.
A onda revivalista da Renault já se pode ver a exibir-se pelas estradas nacionais com o R5, mas em 2025 haverá outra estreia em grande (embora com apenas 4,1m de comprimento) para a marca francesa, com a chegada do mais funcional Renault 4, na variante 100% eléctrica, com duas versões: uma de 122cv e bateria de 40 kWh, para uma autonomia em torno dos 300 quilómetros; outra, de 150cv, uma bateria de 52 kWh e autonomia até 400 quilómetros.
Para a Volkswagen, o foco é apontado no Tayron, o novo SUV de tamanho familiar, que pode ter até sete lugares. Com 4,77 m de comprimento, 1,85m de largura, 1,66m de altura e 2,79m de distância entre eixos, promete ser desafogado e uma resposta para famílias alargadas. Mas, para Portugal, ganhará relevância a nova geração do T-Roc, cuja variante híbrida vai sair da fábrica em Palmela.
Para o fim, até porque se obedeceu a uma ordem alfabética, o Xpeng P7+, o primeiro veículo que apresenta inteligência artificial a fazer a gestão da condução, da potência, do controlo de energia e da gestão térmica do automóvel. O sedan eléctrico, com mais de cinco metros de comprimento, conta com baterias de fosfato de ferro-lítio de 60,7 kWh ou 76,3 kWh.