O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou na quinta-feira o diploma do Governo que cria a Agência para o Clima (ApC) - que inicia funções no início de Janeiro -, deixando um reparo sobre a "sucessão de soluções organizativas".
"Esperando que o propósito visado com a criação da Agência do Clima não sofra com a instabilidade institucional resultante da sucessão de soluções organizativas sem tempo para avaliar os seus méritos", o Presidente da República promulgou o diploma, pode ler-se na página oficial da Presidência da República.
O Governo criou recentemente a ApC, que começa funções no próximo dia 1 de Janeiro e que terá 120 a 130 funcionários vindos da (agora extinta) Secretaria Geral do Ambiente e da divisão de Clima da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), segundo a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
A associação ambientalista Zero também vê esta passagem de responsabilidades "com alguma apreensão, pois não é claro de que forma as restantes áreas ambientais vão ser articuladas e integradas".
Separar o clima do ambiente
Além de, entre outras funções, gerir a parte das negociações internacionais relacionadas com o clima, a ApC vai absorver os vários fundos do sector, incluindo o Fundo Ambiental e o Fundo Social para o Clima (FSC), que resulta da aplicação de uma directiva europeia e tem início oficialmente em Julho de 2026.
A ApC terá como principais funções, disse a ministra recentemente, liderar, propor e implementar políticas na área do ambiente, mitigar e adaptar o país às alterações climáticas, e coordenar a descarbonização nos sectores da indústria, edifícios, transportes, agricultura e políticas florestais.
Além de ser responsável por desenvolver e monitorizar o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC2030) irá também exercer funções da Autoridade Nacional no Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), que estava na dependência da APA, e fará a supervisão dos mercados voluntários de carbono.