Crise olímpica para Amorim, início de sonho para Pereira

Segunda vitória em dois jogos para o técnico português desde que chegou ao Wolverhampton.

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Matheu Cunha marcou o primeiro golo do Wolverhampton Chris Radburn / REUTERS
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Há uma “chicotada psicológica” num clube da Premier League a envolver um treinador português que está a resultar em pleno. Vítor Pereira, treinador bicampeão com o FC Porto, chegou ao futebol inglês há menos de uma semana, mas já conseguiu duas vitórias com o Wolverhampton, não sofreu qualquer golo e tirou os “wolves” da despromoção. Já a outra “chicotada psicológica” na Premier League a envolver um treinador português está a ir para o lado errado. Ninguém disse que o trabalho de Ruben Amorim no Manchester United ia ser fácil, mas, em dez jogos nos “red devils”, o ex-técnico do Sporting, também ele bicampeão português, ganhou quatro, empatou um e perdeu cinco.

No duelo português do Boxing Day, o Wolverhampton de Vítor Pereira ganhou 2-0 no Molineux sobre o Manchester United, graças a um golo de canto directo marcado pelo avançado brasileiro Matheus Cunha e a um contra-ataque concretizado por Hwang no último minuto do jogo. Com este triunfo, os “wolves” subiram ao 17.º lugar, agora com 15 pontos, enquanto o United está a ter o seu pior Natal dos últimos 40 anos, um 14.º lugar e apenas 22 pontos. Para o recém-chegado Pereira, tudo o que podia correr bem, correu. E tudo o que podia correr mal a Amorim, correu.

Até o marcador funcionar no Molineux, diga-se que não foi um jogo espectacular, mas com algum ascendente, apesar de tudo, dos “wolves”, que tinham os portugueses Sá, Toti Gomes, Nelson Semedo e Gonçalo Guedes de início. E o United, com Diogo Dalot e Bruno Fernandes, pouco perigo criou.

O jogo começou a decidir-se logo nos primeiros segundos da segunda parte. Uma falta dura de Bruno Fernandes sobre Nelson Semedo custou um segundo cartão amarelo e consequente vermelho ao capitão dos “red devils”. O United ficou a jogar com dez e, quase de imediato, sofreu um enorme susto, com Larsen a encaminhar para a baliza uma bola cruzada por Semedo – o norueguês estava adiantado e o golo não contou.

Dez minutos depois, o Wolverhampton chegou ao golo com um momento de grande inspiração de Matheus Cunha, o melhor em campo. Num pontapé de canto, o avançado brasileiro apontou à baliza e acertou em cheio. Onana, o guardião do United, não se conseguiu libertar da pressão (sem falta) dos homens dos “wolves” na pequena área e deixou a bola entrar. Pelo segundo jogo consecutivo, o United sofreu um golo de canto directo, depois de ter acontecido frente ao Tottenham num jogo da Taça da Liga – foi Son quem marcou e era o turco Bayindir que estava na baliza.

O United bem tentou e ainda teve mais oito minutos além dos 90 para tentar o empate, mas o cerco que montou não foi suficiente para evitar uma terceira derrota consecutiva para Amorim. E deste duelo, saiu a sorrir Vítor Pereira, que ainda viu a sua equipa fazer mais um, de Hwang, na compensação, após um contra-ataque.

Agora, num ápice, o treinador que “falava com a verdade” transformou uma equipa em risco de despromoção e que tinha (ainda tem) a pior defesa da Premier League numa equipa que só ganha e que não sofre golos. Não será sempre assim, mas esta é uma “chicotada psicológica” que funciona.

Liverpool imparável

Imperturbável, no topo de Premier League, segue o Liverpool. A jogar em casa, os "reds" tinham a oportunidade de aumentar a vantagem no topo da Premier League, fruto da derrota do Chelsea e não esbanjou essa hipótese. Frente a um "aflito" Leicester City, os jogadores de Arne Slot venceram por 3-1, e passam a ter mais sete pontos que o segundo classificado (Chelsea)... com menos um jogo disputado.

Em Anfield, os "foxes" começaram melhor e inauguraram o marcador logo aos seis minutos pelo ganês Jordan Ayew. A reacção do Liverpool demorou a consumar-se, apesar dos remates aos ferros e só no final da primeira parte (45'+1'), Gakpo empatou a partida num excelente remate.

Na segunda parte o domínio dos "reds" acentuou-se e logo aos 49 minutos Curtis Jones aumentou a vantagem para, já perto do final, Salah (82') fixou o resultado final.

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