Squid Game 2 regressa “mais intrigante”, diz o criador da série sul-coreana

O mesmo autor, o mesmo protagonista, a mesma fórmula — e a promessa de uma terceira temporada. Três anos depois do primeiro jogo, por vingança Seong Gi-hun volta à tortura sul-coreana.

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Lee Jung-jae é Seong Gi-hun em Squid Game S2 No Ju-han/Netflix
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A vingança está no ar na muito aguardada segunda temporada de Squid Game, avança o realizador e argumentista sul-coreano Hwang Dong-hyuk, criador de uma das séries de televisão mais bem-sucedidas dos últimos anos, que regressa esta quinta-feira à Netflix com um elenco de personagens mais extenso e novos desafios.

Naquele que foi o primeiro evento promocional da nova temporada a nível internacional, na cidade toscana de Lucca, em Itália, Hwang disse à agência Reuters que a terceira temporada do drama coreano já está a ser pós-produzida e deu a entender que uma versão em inglês também poderá estar a caminho.

Em 2021, quando foi lançada, a primeira temporada deste thriller distópico de sobrevivência, em que as pessoas entram em jogos desumanos e sangrentos por dinheiro, tornou-se a série mais vista de sempre da Netflix. Só nas primeiras semanas arrecadou 111 milhões de espectadores e terá atraído cerca de 82 milhões de subscritores para a plataforma de streaming.

Hwang ganhou o Emmy de melhor realização de série dramática, enquanto o protagonista Lee Jung-jae foi distinguido com o galardão de melhor actor na mesma categoria. Ambos foram os primeiros asiáticos a levar para casa estes títulos; foi também a primeira vez que tais prémios couberam a uma produção de língua não-inglesa.

“Na segunda temporada, Gi-hun [interpretado por Lee], que sobreviveu à primeira, regressa aos jogos. Não para ganhar, mas para pôr fim a estes desafios”, disse o realizador e produtor da série. “Desta vez, há mais personagens e mais jogos intrigantes, todos eles dignos do amor e do apoio dos telespectadores”, acrescentou.

Squid Game acompanha os altos e baixos de um concurso. Pressionados por problemas de falta de dinheiro, os concorrentes dispõem-se a participar em jogos infantis, mas mortais, com o objectivo de ganhar uma fortuna. A nova temporada passa-se três anos após os acontecimentos da primeira e foca-se na personagem de Lee, Seong Gi-hun, que volta ao jogo de vida ou morte com novos participantes.

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Um dos "donos" do jogo Dong-won Han/Netflix

Também presente no evento Lucca Comics & Games, Lee reconheceu à Reuters a pressão para fazer melhor nesta nova fornada da série, sublinhando que a sua personagem, um antigo viciado no jogo, é agora um homem mudado. “Gi-hun é uma pessoa muito diferente nesta segunda temporada. Desta vez, ele quer vingança. Quer apanhar as pessoas que estão por detrás dos jogos e levá-las à justiça.”

O site Hollywood Deadline noticiou esta semana que o realizador norte-americano David Fincher, autor do icónico filme Clube de Combate (1999), estaria a trabalhar numa versão em inglês de Squid Game para a Netflix. “Acho que ainda não é oficial, por isso não posso dizer muito sobre isso. Mas respeito-o como cineasta e criador”, referiu Hwang quando questionado sobre a notícia. “Se isso se concretizar, vou querer muito ver.”

Squid Game é uma produção meritória do cognome série-fenómeno. Tal como Stranger Things, outro êxito maior da Netflix, surgiu no serviço de streaming sem grande fanfarra e explodiu em número de visualizações e de fãs. É até hoje a série mais vista de sempre na plataforma. A primeira leva de episódios inspirou um reality show com o mesmo tipo de jogos (mas sem mortes) e uma série de produtos associados, de livros a peças de vestuário e de calçado e, claro, videojogos.

Vista como um comentário sobre a desigualdade social na sociedade sul-coreana, uma espécie de Parasitas em versão pop, a primeira temporada foi quase imune a críticas. Mas já há sinais de que a unanimidade não se repetirá face a esta segunda leva de episódios. "Um regresso altamente bem-vindo a este mundo infernal", escreve a BBC, numa temporada que se revela"mais sangrenta, mais expansiva e totalmente envolvente", entusiasma-se por sua vez a revista Variety; ,mas a nova temporada "perde a argúcia", lamenta a Hollywood Reporter. Pior ainda: "O capitalismo matou Squid Game", postula a revista Time.